2005-04-28
A Invasão Chinesa
De há muitos anos, esta situação era totalmente previsível para as empresas europeias e portuguesas, tendo sido disponibilizados montantes elevados de fundos específicos (vários) para a adaptação das empresas ao novo paradigma resultante da abertura e liberalização do mercado mundial das indústrias têxteis, em 1 de Janeiro último.
Mas apenas um pequeno grupo de empresas portuguesas soube antecipar a mudança e ajustar-se a esse novo paradigma, através de apostas na inovação, por exemplo têxteis técnicos, na distribuição, na segmentação, ou seja aplicaram esses fundos de maneira a responder à nova realidade. É verdade que a adaptação tem de ser contínua porque a China não vai parar no tempo e até não demorará muito em que vai começar a ser concorrenciada por outros actores e, por conseguinte, as empresas mesmo as melhor preparadas não podem descansar. Têm de se manter atentas e activas na evolução dos mercados.
O que há a fazer ainda?
E em minha opinião a falta de selectividade na aprovação dos projectos criou ilusões. Há grandes responsabilidades das anteriores governações. O actual governo não tem instrumentos para resolver. Apenas pode minorar, mas terá de ser bastante claro nessa sua intervenção. O que pode e deve é, se tiver estratégia, apoiar as empresas que ainda têm potencialidades de se afirmarem no mercado. Há que ser decidido e não contemporizar com situções que não levam a lado algum.