Ao tomar conhecimento desta ideia pela comunicação social de que Jorge Armindo anda a desenvolver contactos no sentido de reunir investidores nacionais dispostos a investir em "sectores estratégicos", o que me veio logo à mente de uma forma muito primária foi: o que pretende esta gente do governo e sob que forma o pretende pressionar?. Ao mexer um pouco no passado, mesmo o mais recente, a experiência, salvo raríssimas excepções, diz-nos que os empresários nacionais se serviram das nacionalizações para a realização de mais valias a prazo (geralmente através da venda a grupos estrangeiros) e muito pouco para consolidar e desenvolver as suas empresas e com isso sustentar o crescimento da economia portuguesa.
Analisando os domínios onde se pretende entrar para que "os centros de decisão" fiquem "em mãos portuguesas" (energia, gás, telecomunicações, águas, etc.), actividades com um "arcaboiço e músculo financeiros" muito fortes, adquiridos graças a um certo proteccionismo, do que se trata é de um património de elevada rentabilidade mesmo com o estabelecimento de regras de uma maior concorrência e boas perspectivas de realização a prazo, quer no âmbito do Mibel quer no âmbito do processo de globalização. As águas, a energia e as telecomunicações podem ser instrumentos poderosíssimos nas mãos de grandes grupos internacionais no sentido da sua actuação nos países de língua portuguesa e daí o seu potencial de valorização a prazo.
Não sou contra "centros de decisão" em Portugal se daí advierem mais valia para o país e prezo muito alguns grupos económicos, porque entendo que pela sua gestão inovadora, pela estratégia, pela reunião de competências deram um grande impulso às suas empresas e à economia deste país. Só acho que o governo não pode deixar-se levar por "palavrinhas mansas".
# posted by Joao Abel de Freitas @ 10:01