2005-04-30
Vemos, ouvimos e lemos... (5)
Estou disposto a perdoar-lhe pequenos deslizes, inexactidões, e a fragilidade das teses sobre tudo o que possa parecer exclusivamente da cultura e da mentalidade dos portugueses. Também a sua abordagem da inveja me parece desequilibrada e, apesar de tudo isso, achei-o um ensaio magistral.
A arte de provocar e de interpelar abrindo, ingenuamente, demasiadas portas? Talvez. Parece-me ter sido acolhido com excessiva sobranceria e um silêncio espantoso. Ainda não percebi o que poderá significar o sucesso das vendas. O Vaticano também demorou uma eternidade a ler «Anjos e Demónios» do Dan Brown, apesar de o Vasco Pulido Valente o ter classificado (também tardiamente) como «literatura de aeroporto». Ah!, as instituições lêem devagar...
(*) José Gil, Portugal, Hoje. O Medo de Existir, Lisboa, Relógio D´Água, 2005.