2005-05-23
Aprender a jogar o jogo
O orçamento europeu vem aí. Há muito jogo na mesa ainda. Uma grande instabilidade politico-social avassala a Europa comunitária. Constrangimentos fortes apontam para um adiamento da decisão. As eleições na Alemanha, os possíveis "não" em França e Holanda, a má situação económica da Europa são temas que fazem recuar o poder político. O eixo França/Alemanha está de mãos atadas e com dificuldades de cedência para uma posição mais racional, sob pena de enegrecer ainda mais o ambiente interno nos seus países.
A Presidência Luxemburguesa dificilmente fará passar a sua proposta de bases orçamentais na cimeira europeia de 16 e 17 de Junho.
E ainda bem. Para Portugal a aprovação da proposta luxemburguesa significa uma perda de fundos estruturais altamente significativa. Segundo cálculos da Comissão, a seguir em frente esta proposta, Portugal receberia menos 15% dos fundos, no período 2007 a 2013, face aos 24 mil milhões de euros que poderiam ser atribuídos segundo a proposta da Comissão e nesta já conta uma redução de mil milhões de Euros face ao atribuído no período em curso (2000/2006).
Freitas do Amaral tem vindo a mostrar firmeza na rejeição desta proposta e ameaça bloquear qualquer mau acordo, na base da proposta luxemburguesa. Esperemos uma posição consequente de Portugal ao longo deste processo. Temos muitos argumentos para isso na base dos princípios da própria União. O princípio da solidariedade deveria ser um princípio mais praticado, embora saibamos que "não há almoços grátis".