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2005-05-26

 

Boa Moeda

Reporto-me ao Diário de Notícias de hoje. "Para os sindicatos, o que está em causa é "nivelamento por baixo" e "um ataque aos mesmos trabalhadores de sempre"".
Não se estava à espera que os sindicatos aplaudissem, até por que têm algumas razões (era necessário obrigar as grandes fortunas e os muito altos rendimentos a "pagar" mais) mas eles vão seguramente reagir também para defender interesses ilegítimos, mesmo que não muito grandes, e privilégios injustificáveis. "Nivelar por baixo"? Mas propõem nivelar por cima?

Acabar com as pensões vitalícias de titulares de cargos políticos é, mais que uma medida de poupança, uma medida higiénica de credibilização da classe política.

Uniformizar o tratamento dos funcionários da Administração Pública (AP) com os do sector privado, acabar com um número indiscriminado de pequenas ou grandes privilégios e tratamentos de excepção merece todo o aplauso.

O Senhor Antunes, meu vizinho, quando se reformou, se fosse funcionário público a sua reforma teria sido o dobro da que lhe foi atribuída de acordo com o regime geral da Segurança Social.
Sei porque o ajudei, com o apoio de um especialista da Segurança Social, a fazer cálculos e opções. O dobro! Não é engano.
E não é de espantar. É que pensão de funcionário público (os que entraram antes de 1993) é 100% do último salário, ao fim de 36 anos de trabalho e ao atingir os 60 anos de idade e o dos portugueses de segunda é 80% dos melhores 10 anos dos últimos 15, após 40 anos de trabalho e só ao atingir 65 anos.

Comments:
Eu acreditaria na bondade desta medida se não houvesse excepções, a nomeação de Fernando Gomes para a FGALP em que o próprio disse que não sabia muito bem o que é que ia lá fazer. Isto depois de Guterres o ter demitido do governo por manifesta incompetência. E vai continuar a acumular com as subvenções de ex-deputado e ex-presidente da Câmara, porque ao contrário das pensões dos funcionários, para os cargos políticos não há retroactividade.
José manuel
 
Há qualquer coisa de extraordinariamente opaco nesse raciocínio. Há numerosas empresas do sector privado (algumas com participação do Estado) em que salários, complementos de reforma e outros apoios, são - e acho que muito justamente - mais vantajosos do que os do regime geral da administração pública. Deverá a sanha niveladora aplicar-se-lhes como critério universal?
 
José Manuel as medidas são boas ou más independentemente do juizo moral que possamos fazer sobre o autor. E independentemente de outras más medidas como essa de dar um grande job ao boy Fernando Gomes, a Cardona do PS como por aí alguém disse. Uma medida má (e há seguramente muitas do género FG)não contamina as boas nem vice-versa
Parece-me, ao que sei, que não há medidas rectroactivas seja para quem for. O que, nalguns casos, concordo que é pena.
MC "extrordinariamente opaco"? Para um olhar turvo as mais transparentes paredes de vidro parecerão extrordinariamente opacas.Ora eu garanto que é vidro da mais fina têmpera! Da Marinha Grande!
Empresas do sector privado! mas ele é patrão é do sector público e não do privado!!E o problema que ele tem entre mãos é como e onde é que pode ir sacar massa para não levar um chuto de Bruxelas.
Falta conhecer melhor, com rigor, as medidas anunciadas e outras que talvez ainda aí venham. Sem dúvida que nenhumas delas afrontam os grandes poderes (apenas um sinal nas isenções das empresas financeiras do Off Shore da Madeira)no entanto uma coisa parece-me óbvia,virou-se para onde podia avançar com alguma sustentação, certas mordomias nos políticos, certos privilégios na Função Pública. Com contrapartidas garantindo a entrega de dinheiro à SS e à CGA ao contrário dos Governos anteriores que não deram e contra o que prometeram (CGD)foram-no tirar. Também concordo que era melhor nivelar por cima mas, lá está, ele quer é diminuir em vez de aumentar o défice! É a vida! Como dizia o outro.
 
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