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2005-05-26

 

Combate ao Défice

José Sócrates surpreendeu-me pela positiva, embora desejasse, por razões económicas e sociais, que algumas das medidas anunciadas fossem outras.

Há uma larga unanimidade de que as medidas propostas demonstram coragem, desfazendo-se, assim, a ideia de que face ao acto eleitoral autárquico próximo, o governo não se predisponha a correr riscos. Sócrates também esteve bastante bem nas respostas aos seus adversários, tanto melhor quanto a qualidade das intervenções. Há duas intervenções da oposição que se diferenciaram. A de Francisco Louçã pela grande fundamentação técnico-económica e pelo seu brilhantismo parlamentar. Nestas coisas fala quem quer mas convence quem sabe. Pode-se discordar mas tudo foi bem pensado. E Marques Mendes, este não pelo conteúdo, não tem comparação, até porque não sabe, mas pelo estilo. Um estilo algo diferente dos anteriores líderes, de quem assumiu a posição dificil em que se encontra como líder e que precisa de pontes designadamente para dentro do PSD. PCP e CDS é para esquecer, sendo as alegações de Nuno Melo de um terceiro mundista de baixo nível educacional e destituída de conteúdo. Ribeiro e Castro deveria estar a contorcer-se na cadeira onde quer que estivesse a ver.

Acho que o Primeiro Ministro deveria, por um lado, ter ido mais longe nas linhas programáticas do combate à despesa e, por outro, ter anunciado como previsão o período de transitoriedade do aumento do IVA, porque não duvido que o governo tem bem estudado o impacte das medidas. E todos concordamos e o próprio Primeiro Ministro também que o aumento do IVA é não só um factor de redução da competitividade mas acrescento também de não coesão social.

No combate à redução da despesa é interessante a ideia da auditoria a Ministérios, mas essa ideia deveria ser complementada com a da responsabilização dos Ministros na execução da programação no seguinte sentido: equipa ministerial que não cumpra, uma vez avaliada, deve ser destituída.

Duas medidas em destaque pelo seu simbolismo e efeito social. Fim das pensões vitalícias dos cargos políticos. Já não era sem tempo. Fim do sigilo fiscal. Espero aqui uma acção positiva da comunicação social na informação à sociedade.

Comments:
Ouso verter um comentário após este texto, mas alerto para o facto de não haver qualquer relação entre estas linhas e o texto do meu conterrâneo João Abel de Freitas. Solicito, somente, a atenção do Puxa Palavra para uma ruminação exposta no meu espaço sobre as consequências perniciosas, a curto prazo, do "não" francês para o debate sobre a Europa em Portugal. Um abraço.
 
Não me parece que exista unanimidade sobre esta tema. O que existe é uma gigantesca operação de propaganda mediática para fazer crer que existe unanimidade na aplicação destas receitas. Nos pseudo-debates televisivos (ver o último prós e contras) convidam sempre os mesmos economistas com a mesma opinião, mas não convidam quem tenha opiniões diferentes. É uma falsa unanimidade.
José manuel
 
Li o comentário do José manuel aqui. Apenas um acrescento Se leu bem o meu post, a unamidade que refiro não é sobre o conteúdo das medidas. Sobre essas sou um dos que não aprovo algumas. A unamidade alargada é sobre a coragem demonstrada pelo governo em apresentar medidas que, em muitos casos, vão contra certos feudos, instituidos. Quanto ao conteúdo há diferenças de estratégia política e económica, o que só é positivo na sociedade.
 
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