2005-05-15
Notas da Margem Esquerda (1)
Com a direita à nora e as casas do PSD e do CDS muito longe da pacificação e da serenidade, as esquerdas, por isto e por aquilo, desentendem-se também para, creio, honrar a tradição.
Neste caso, é mais fácil Freitas do Amaral passar pelo cu da agulha governamental, ou mesmo Cavaco Silva vir a ser um candidato «tolerado», do que as esquerdas se entenderem. Paciência. Na hora de apanhar os cacos, cá estaremos, como sempre.
Para as autárquicas, contam-se espingardas. Precioso.
Para o referendo europeu, assobia-se para o ar, fazendo de conta que qualquer pessoa bem educada e diligente pode ler aquela pessegada toda, compreendê-la e votar em consciência.
Este é um tempo estranho e assombroso. A direita democrata-cristã assentou arraiais num governo saído da primeira maioria absoluta do PS, que claudica face à ocupação de terreno que o professor de Boliqueime empreendeu com o seu ar desajeitado.
As direitas deixam atrás delas um rasto de fraudes, corrupção e desvario. Terá o próximo Presidente da República de ser a figura funesta e autoritária do homem que ainda não aprendeu a sorrir e, em matéria de grandes questões políticas, remete sempre tudo para a filosofia orçamental?
Está lá? É do Rato?
Houve mesmo um entendimento com Cavaco Silva quando ele apostou que o PS iria obter a maioria absoluta?
O comentário anterior tem a elevação do anonimato e a complexidade de ter embirrado (e bem) com o acessório. Estou de acordo. Chame-se «riso» àquilo, sim, mas só na falta de melhor...
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