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2005-05-09

 

Salazar de luto por Hitler

A morte de Hitler vista por "O Século" é o título de um artigo de António Melo no Público de ontem que nos transporta ao Portugal de Salazar com extractos daquele diário. Há 60 anos.
Alguns extractos do Público:

"Quando "O Século", na edição de 3 Maio 1945, quinta-feira, noticiou na primeira página a morte de Hitler, titulou-a assim: "Morrendo no seu porto o Führer deixa a garantia da eternidade ao povo alemão". Segue-se o obituário, elaborado a partir de um jornal do partido nazi, "Front Blatt", onde se diz que ao escolher o suicídio, "Hitler entra na História não apenas como herói, mas como mártir".
"Aí se relata que "por motivo do falecimento do chefe de Estado da Alemanha, nos edifícios públicos e nos quartéis a bandeira nacional foi içada ontem a meia adriça, mantendo-se assim até amanhã, às 12 h."
"Em Coimbra, diz-se no parágrafo seguinte, "foi colocada a bandeira a meia haste na Torre da Universidade. Os sinos dobraram a finados". Maximino Correia era o reitor. A 4 de Maio, sempre na primeira página, o tema é a morte de Goebbels, que mereceu ao jornal uma longa biografia a ocupar metade da página a duas colunas, com continuado na página 2. O título é como uma homenagem: "[Morreu] O dr. José Goebbels que foi durante anos a voz oficial da Alemanha nazi".
[Goebbels é o ministro da propaganda que antes de se suicidar com a mulher no "bunker" de Hitler instigou-a a matar os seus 6 filhos, de 2 a 12 anos, o que ela cumpriu fazendo-os trincar uma ampola de cianeto. Porque depois da derrota do nazismo não valia a pena viver!]
As manifestações populares de regozijo [pela derrota do nazismo] foram severamente censuradas:... "Lisboa embandeirou e o entusiasmo sobretudo na Baixa assinalou-se por manifestações". O acontecimento, porém, assumiu tais dimensões que o jornal sentiu obrigação de voltar a ele nas "Últimas Notícias". Mas deu-lhe a volta e transformou as celebrações populares numa demonstração de apoio ao regime: "Durante a noite realizaram-se entusiásticas manifestações em honra das Nações Unidas e do sr. dr. Oliveira Salazar".

Comments:
Olá Raimundo, estou actualmente a ler a triologia dos cafés de Álvaro Guerra, e ele descreve bem o episódio da bandeira a meia haste em memória de Hitler.
 
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