2005-06-15
IMPASSE
A Cimeira, que amanhã se inicia, vai ter de enfrentar dois grandes problemas: o das perspectivas financeiras para o período 2007/2013 e o da clarificação do processo referendário ao tratado constituicional europeu.
Sobre o processo referendário não vou agora falar. Já aqui disse o que penso. Uma pausa para encontrar a saída que mobilize os cidadãos.
Quanto às perspectivas financeiras, as condições são as piores para a negociação. A Alemanha, face à fragilização política do Chanceler Schroeder não pode usar daquela bonomonia do senhor Khol que magnanimamente abria a mão do cheque nestas ocasiões e a Europa lá ia marchando em termos financeiros. Agora o senhor Schroeder não se pode dar a esse luxo por vários motivos, entre os quais porque pode afundá-lo ainda mais nas eleições que vêm aí. A França, com um Chirac fragilizado e o maior beneficiário dos dinheiros europeus não cede nada no pacote agrícola. Blair também não abre mão do "cheque inglês" sem contrapartidas e vai dizendo que, para além do eixo franco alemão, essencial para o processo europeu, há mais "alianças" (não o diz mas pensa) a considerar. Acho que Blair tem muita razão. O eixo franco-alemão está a ser nocivo para o andamento do projecto europeu, por três razões: já não serve de motor à economia europeia, é defensor de políticas pouco ajustadas à globalização e, nesta perspectiva, vai ser o "coveiro" do "modelo social" que diz defender.
Penso que também nesta matéria a Europa está num impasse e que esta Cimeira pouco trará de novo, a não ser um grande descalabro em termos orçamentais para os paises pior colocados.
Comments:
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Tenho dificuldades em perceber porque se dá razão a Blair, na confusão das questões orçamentais.
Ana Esteves
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Ana Esteves
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