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2005-06-07

 

O bom povo descobre o capitalismo

Corre por aí que o presidente da Comissão Executiva da PT recebeu o ano passado só de prémio de gestão 750 mil euros (cerca de 150 mil contos). Quanto ao ordenado andará por uns míseros 35 mil euros acrescidos de algumas pequenas benesses que os elevará para uns luzidios 50 mil. Se assim for o Senhor abicharia ao fim do ano mais coisa menos coisa, um ridículo milhão e quinhentos mil euros.
Na PT o paraíso não é de agora e tem sido assim qualquer que seja a côr política da administração.
Até prova em contrário, para mim, isto não passa de boato de invejosos. Mas se tudo isto fosse verdade pura, mesmo assim, o Sr. da PT seria desfeiteado, diria mesmo, ridicularizado, pelo presidente do CA do Millennium-BCP que (dizem) tornou público, numa atitude de virtuosa e arrependida transparência, ter declarado ao fisco em 2001 rendimentos de uns 900 mil e tal contos (4,5 milhões de euros).
Não se pense que por a PT ou o BCP serem entidades privadas mexem menos com a nossa qualidade de vida e os nossos bolsos. Ou gozam do privilégio de ser monopólio ou de isenções fiscais e outras protecções e cumplicidades dos governos, ou da simples e descontrolada exploração de trabalhadores e clientes.
O certo é que o Governo, poderá cumprir o seu radioso programa ou poderá claudicar, a seu tempo veremos - por agora goza do meu apoio e estima - mas para já teve a virtude de ao mexer nas pensões vitalícias dos deputados ter, mesmo que involuntáriamente, chamado a atenção do Zé Povinho para o mar de ignoradas situações de privilégio e até de disfarçadas e legalíssimas roubalheiras.
Há que aproveitar a situação porque este Governo, por ser de esquerda, atende os protestos (ministro passa a acumular só um terço da pensão ou do ordenado) enquanto os de direita não.
Uma boa medida seria escalões de IRS de 42 a 57% (como na Suécia) para os muito altos rendimentos. E não sou, julgo eu, nenhum miserabilista. Por exemplo o escalão dos 42% no IRS do Sócrates até o reservaria para um pouco acima dos 60 mil euros por ano.
Claro que Lobo Xavier explicou que isto dos escalões progressivos estava ultrapassado. Percebo. Mas percebo menos que Octávio Teixeira tenha desvalorizado o novo escalão por não adiantar para o défice.

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