2005-06-25
A próxima Presidência Europeia
Quando muitos esperavam Tony Blair numa postura de "grande neo liberalismo" deparam-se com um Blair a defender um modelo europeu modernizado, com uma postura de quem esteve atento ao pulsar dos cidadãos. Blair falou da crise que percorre a Europa, da inquietação dos Europeus sobre a globalização, da segurança de emprego, das reformas e do nível de vida, para daí concluir que é urgente e determinante renovar a Europa. "Nós temos os meios de o fazer se adaptarmos os ideais europeus ao mundo moderno em que vivemos" disse ele.
Não sendo tudo isto bem assim, encontro nos argumentos de Blair elementos mais úteis para o relançamento de uma Europa que tem de ser repensada e tem de ter protagonistas que atendam ao pulsar do cidadão europeu.
Blair preconiza essa mudança, só que cai em contradição por incoerência. Porque não se criam as condições de mudança sem um orçamento mais substancial, sem projectos comuns que arrastem a mudança. A Cimeira de Lisboa falhou exactamente porque os orçamentos que se lhe seguiram praticamente não afectaram verbas para as medidas nela contempladas. Mesmo mudando a PAC, tem de fazer faseadamente e será preciso maior contribuição dos países mais ricoe e aí está a contradição de Blair: ele não desehja isso e é aqui que entra a Europa mais solidária.
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