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2005-06-25

 

A próxima Presidência Europeia

Blair apresentou-se na última quinta feira, dia 23, no PE para discursar sobre "as prioridades políticas" do Reino Unido para os seis meses em que vai exercer a Presidência Europeia.

Quando muitos esperavam Tony Blair numa postura de "grande neo liberalismo" deparam-se com um Blair a defender um modelo europeu modernizado, com uma postura de quem esteve atento ao pulsar dos cidadãos. Blair falou da crise que percorre a Europa, da inquietação dos Europeus sobre a globalização, da segurança de emprego, das reformas e do nível de vida, para daí concluir que é urgente e determinante renovar a Europa. "Nós temos os meios de o fazer se adaptarmos os ideais europeus ao mundo moderno em que vivemos" disse ele.

Para Blair a modernização da Europa passa por um novo modelo europeu que não tenha 20 milhões de desempregados nem um orçamento que consagre 40% à PAC. Em síntese o que está em confornto são duas visões da Europa: a de Blair a Europa da inovação e a de Chirac/Schroeder a da defesa do que está que há quem apelide da "coesão social". E Blair admite "fazer chantagem" com o cheque britânico para pressionar a mudança da PAC.

Não sendo tudo isto bem assim, encontro nos argumentos de Blair elementos mais úteis para o relançamento de uma Europa que tem de ser repensada e tem de ter protagonistas que atendam ao pulsar do cidadão europeu.

O cidadão europeu não percebeu a pressa do alargamento. O cidadão europeu não percebe o que está a fazer a Europa para o defender dos efeitos negativos da globalização comandada pelos arautos da liberalização sem regras. O cidadão europeu teme perder o "seu estado social" e embora reconhecendo que tem de haver adaptações às novas condições da evolução do mundo, desconfia dos seus líderes na condução dessa adaptação em seu benefício.

Blair preconiza essa mudança, só que cai em contradição por incoerência. Porque não se criam as condições de mudança sem um orçamento mais substancial, sem projectos comuns que arrastem a mudança. A Cimeira de Lisboa falhou exactamente porque os orçamentos que se lhe seguiram praticamente não afectaram verbas para as medidas nela contempladas. Mesmo mudando a PAC, tem de fazer faseadamente e será preciso maior contribuição dos países mais ricoe e aí está a contradição de Blair: ele não desehja isso e é aqui que entra a Europa mais solidária.

Daí que haja muito que repensar de forma integrada: um novo projecto para a Europa.

Comments:
Blair, no seu discurso no parlamento europeu, também aludiu à Turquia, embora com grande leveza. Solicito a atenção do Puxa Palavra para um texto por mim urdido acerca dos benefícios civilizacionais decorrentes da entrada da Turquia na UE. Um abraço insular, com maior vigor ao meu conterrênao João Abel de Freitas
 
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