2005-06-14
Três Homens que ficarão para a História
Vasco Gonçalves, uma das mais eminentes figuras do processo revolucionário, foi entre as figuras militares do 25 de Abril de 1974, com Otelo Saraiva de Carvalho a que mais galvanizou o "povo da revolução". Na área de influência comunista Vasco Gonçalves tornou-se mesmo um verdadeiro ídolo, o "Companheiro Vasco".
O seu nome está ligado, como 1º Ministro, às decisões mais revolucionárias e também, por isso mesmo, mais polémicas, dos anos de 1974 e 75. Homem de grandes ideais, adeptos e adversários nele reconheciam e sublinhavam a honestidade, a lealdade e a determinação em servir o seu país.
Álvaro Cunhal é uma figura singular na história de Portugal do século XX. Independentemente das paixões e ódios que concitou a história reservar-lhe-á um dos lugares cimeiros na vida política de Portugal. Foi dos portugueses que, mesmo sem nunca ter estado no poder, mais marcou a vida política da segunda metade do século XX.
Para muitos ficará como o símbolo da coragem, da determinação, do heroísmo na luta do povo português pela libertação da ditadura fascista. Às raras qualidades de revolucionário, juntava a capacidade de liderança e a habilidade política. Distinguia-se pela inteligência, pela vasta cultura e sensibilidade artística.
O empenho total da sua vida na luta pelos seus ideais só em parte foi recompensado. Frutos dele foi a queda da ditadura fascista cujos alicerces o PCP, sob a sua direcção, decisivamente debilitou e o impulso revolucionário que deu às transformações políticas, sociais e económicas de Portugal após o derrubamento da ditadura. Quanto ao outro grande objectivo da sua vida, o avanço para o socialismo marxista-leninista, de Portugal e do mundo, a realidade reservou-lhe uma amarga derrota a que ele reagiu, no ocaso da vida, atribuindo-a ao desacerto dos homens para não ter de aceitar a derrota da doutrina.
Eugénio de Andrade é um dos maiores vultos da poesia portuguesa do último século mas Lester Burhnam já aqui lhe prestou homenagem.