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2005-07-30

 

Ainda sobre o papel do PCP hoje

As reformas que o Governo tem estado a fazer no sentido de uniformizar idades e montantes de reforma, benefícios sociais, férias de juizes e restantes classes ligadas à Justiça, eliminando uma espantosa multiplicidade de regimes diferentes, desconhecida do país, cada um deles expressão de privilégios, maiores ou menores, relativamente aos outros trabalhadores e cidadãos, merecem o meu aplauso. O meu e certamente o de 4 milhões de cidadãos que contribuem com os seus impostos para a situação de privilégio daqueles 700 mil cidadãos do sector público.
Na exacta medida do meu apoio a estas reformas condeno o papel do PCP e dos sindicatos que tem encabeçado os protestos e as ameaças contra elas. (Meu post QUAL O PAPEL, HOJE, DO PCP ).

Manuel Correia no seu post de resposta (imediatammente anterior a este) acha que

"... o PCP perdeu muita da sua influência mas permanece um marco, um ponto de referência, na defesa dos direitos dos trabalhadores e na obstinação anticapitalista."

Mas no caso concreto o que o PCP está a fazer é a tentar capitalizar descontentamentos, apoiando os privilégios injustos de 700 mil trabalhadores (que ninguém culpa, obviamente, e cujo descontentamento, aliás, todos compreendem) contra os interesses de 4 milhões de trabalhadores do sector privado. Movem o PCP estritamente razões oportunistas e partidárias para se ir aguentando à tona de água " na obstinação" de projecto nenhum porque nem no do socialismo real já acreditam se continuam, como julgo, no seu juizo.

MC observa que estar eu a "Acusar, agora, os sindicalistas de se deixarem instrumentalizar pelo PCP, ou acusar o PCP de estar a encorajar e a tentar coordenar essas lutas, não adianta nada ao que tem sido repetitivamente propalado nos últimos trinta anos."

Instrumentalizar? Seria apoucar o partido de Álvaro Cunhal, mesmo que gerido por Jerónimo de Sousa. O PCP criou, cria, dirige e controla, sindicatos e as respectivas lutas. Quanto interpretam bem os descontentamentos, sejam eles de apoiantes do PCP, do PS, do PSD ou de partido nenhum, conseguem mobilizar para além da sua base de apoio político. Já se sabe. Mas isso não quer dizer que os descontentamentos sejam justos, do ponto de vista da maioria dos cidadãos ou do ponto de vista dos trabalhadores em geral ou que tenham ou possam ser atendidos tendo em conta a governabilidade do país.

Ah, já me esquecia - respondendo ao meu amigo MC - não foi a pensar nos votos das autrárquicas que falei das recentes lutas promovidas pelo PCP. Foi a pensar na defesa do Governo de Sócrates que, apesar das dificuldades e alguma coisa menos exaltante, vai "na linha justa".

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