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2005-07-03

 

Grande manifestação nas ruas de Madrid

Ontem desfilaram pelas ruas de Madrid centenas de milhares de pessoas. Segundo a polícia, um milhão. Segundo os organizadores, sensivelmente o dobro.

Esta manifestação, independente da contagem, é enorme e destinou-se a celebrar a legalização em Espanha, a partir de hoje, dos casamentos gay e da adopção de crianças por estes casais.

Na marcha de orgulho gay, como foi titulada por muitos orgãos de comunicação social, participaram não só homossexuais, mas muitos políticos de esquerda, sindicalistas e até pequenos núcleos de católicos, apesar da igreja se ter oposto de forma radical a esta iniciativa do governo de Zapatero. A Ministra da Cultura, Carmen Calvo, presente na manifestação, acentuou que: "desta vez Espanha não chegou tarde à história". E de facto não, pois apenas quatro países, até agora têm legislação sobre esta matéria.

Ainda sobre esta iniciativa, vale a pena ler no Pão e Rosas de Ana Sá Lopes,no jornal Público, la transición democratica se hace tranquila, infelizmente não on-line, que começa assim: "alguns deles invejaram a nossa revolução dos "claveles". Muitos de nós preferiam a "transición" com rei e tudo, se fosse preciso. Acontece que lá a "transición" prossegue em nome de "duas forças imparáveis", como lhes chamou Rodriguez Zapatero, a liberdade e a igualdade ". Fazendo uma ponte para o que cá se passa com o referendo para a despenalização do aborto, a dado passo, Ana Sá Lopes interroga-se sobre o que se passa entre o país católico de lá e o de cá, concluindo que a diferença está em que o país católico de lá não é nem parolo nem subdesenvolvido, tendo recuperado afanosamente da ditadura e nós detivemo-nos a contemplá-la.


Comments:
Acho que o desfile gay pelas ruas de Madrid, de festa e de regozijo com a iniciativa do governo de Zapatero, foi bem merecido. Os povos de Espanha estão assim mais iguais. Já não sei se não desejo me integrar como cidadã na "transición democratica e tranquila". Ana Esteves
 
Não vou tão longe como parece subrepticiamente admitir a Ana Esteves. Mas tenho pena deste país cada vez mais parolo.Aqui a igreja manda, lá curva-se. C. Botelho
 
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