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2005-07-07

 

Os Juizes querem greve?

Talvez seja prudente não confundir os juizes e magistrados do Ministério Público com os respectivos sindicatos quando estes ameaçam com greves por perderem dois meses de férias e mais algumas pequenas prebendas. Há uns tempos atrás ameaçaram até com o caos para a véspera de eleições autárquicas. Faz-me lenbrar a FENPROF com a greve falhada aos exames.
O que salpica as ameças dos sindicatos das magistraturas de algumas hilariantes gargalhadas é terem dito que a redução de férias de dois meses para apenas um mês, como toda a gente, decidida pelo Governo, até os aliviava de trabalho porque, coitados, um ou talvez até os dois meses de férias eram aplicados não a descansar, como é próprio de férias, mas em patriótico e reforçado trabalho!
Conclusão: "deixem-nos trabalhar!".
Comments:
Está a ver mal a coisa, meu caro Raimundo Narciso.
Os juízes querem antes do mais ser tratados com respeito, o que, numa República de cidadãos, não parece ser aspiração exagerada...a não ser que toda a gente tenha direito ao respeito, menos os juízes - mas isso está por provar...
Querem um conjunto de soluções legislativas e logísticas para os problemas da justiça e querem ser ouvidos na definição dessas soluções; e não querem ser bodes expiatórios de anos de incúria governativa do sector, nem querem que o seu estatuto profissional seja usado como arma de arremesso
 
Peço desculpa, carreguei no "Publish" antes de tempo - segue o texto do meu comentário completo:
Está a ver mal a coisa, meu caro Raimundo Narciso.
Os juízes querem antes do mais ser tratados com respeito, o que, numa República de cidadãos, não parece ser aspiração exagerada...a não ser que toda a gente tenha direito ao respeito, menos os juízes - mas isso está por provar...
Querem um conjunto de soluções legislativas e logísticas para os problemas da justiça e querem ser ouvidos na definição dessas soluções; e não querem ser bodes expiatórios de anos de incúria governativa do sector, nem querem que o seu estatuto profissional seja usado como arma de arremesso pela classe política, o que também não parece que seja pedir demais.
Entretanto, o problema está a colocar-se erradamente como exclusivo dos juízes, quando não é: estamos perante uma tentativa organizada e pensada de alteração radical do sistema judicial por parte do Governo socialista, que envolve muitas variáveis, sendo os juízes apenas uma dessas variáveis: outras variáveis serão os magistrados do Mº Pº (a começar na substituição do Procurador Geral da República por razões que tresandam a vingança política), a advocacia (questão em que o actual Ministro parece em estranha sintonia com as teses do grupo de José Miguel Júdice - esse "democrata" de sempre - no que toca especialmente às sociedades de advogados fazedoras de lucros fáceis), as custas judiciais (cada vez mais altas), o sistema dos recursos (cada vez mais dificultados), e em geral a alteração radical do sistema de separação de poderes, o que tresanda a inconstitucionalidade.
Só isso - que não é nada pouco, e não tem a ver só com juízes, mas com todo o sistema da justiça.
 
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