2005-07-25
Pré-presidenciais (1)
As presidenciais já preocupavam os estrategas partidários há um ano atrás. O que se preparou desde então, forma, por assim dizer, o «fundo» da questão: o PS enredado em compromissos eleitorais, mas deixando, aqui e acolá, escapar um ou outro sinal de orientação para uma solução consensual. Face a isso, inquietámo-nos todos - cada qual à sua maneira, - João Abel, Raimundo Narciso, João Tunes et j'en passe. Basta reler os posts de então. Para uns, o «perigo» do regresso do Bloco Central mais ou menos encavacado ; para outros o atraso desarmante com que a direcção do PS estava a tratar o assunto. Sócrates ficava-se então por António Guterres. Depois? Depois logo se veria...
Cavaco Silva fez a parte dele. Não desmentiu que pensava ser o PS o único partido que, na sua opinião, estaria em condições de garantir um conjunto de medidas económicas e sociais capazes de garantir a estabilidade do sistema, distribuindo os sacrifícios pelos «culpados do costume». A recusa em desmentir que, no fundo, desejava a maioria absoluta de José Sócrates, favoreceu o PS. Com estas coisas não se brinca. O PS ficou em dívida.
Cavaco Silva fez a parte dele. Não desmentiu que pensava ser o PS o único partido que, na sua opinião, estaria em condições de garantir um conjunto de medidas económicas e sociais capazes de garantir a estabilidade do sistema, distribuindo os sacrifícios pelos «culpados do costume». A recusa em desmentir que, no fundo, desejava a maioria absoluta de José Sócrates, favoreceu o PS. Com estas coisas não se brinca. O PS ficou em dívida.
E vai pagar.
É a isto que eu chamo as manobras de «fundo», em oposição às atribulações de «superfície». O meu camarada de blogue, João Abel Freitas, encara assim o meu jeito de opor «fundo» e «superfície»:
«E desta vez a superfície do Manuel Correia afinal era mais transparente pois deixava passar a ebulição que se vivia lá no fundo.» [ver, em contexto, aqui.]
Seria o eventual apoio à candidatura de Soares uma dessas coisas em «ebulição que já então se vivia lá no fundo»?
Não sei. Suponho que não. O próprio Soares terá de desdizer-se (outra vez...) para se recandidatar. No mínimo, o que se pode ver através da superfície, é que, candidatando-se Mário Soares, a actual direcção do PS não poderia continuar a adiar uma tomada de posição.
É a isto que eu chamo as manobras de «fundo», em oposição às atribulações de «superfície». O meu camarada de blogue, João Abel Freitas, encara assim o meu jeito de opor «fundo» e «superfície»:
«E desta vez a superfície do Manuel Correia afinal era mais transparente pois deixava passar a ebulição que se vivia lá no fundo.» [ver, em contexto, aqui.]
Seria o eventual apoio à candidatura de Soares uma dessas coisas em «ebulição que já então se vivia lá no fundo»?
Não sei. Suponho que não. O próprio Soares terá de desdizer-se (outra vez...) para se recandidatar. No mínimo, o que se pode ver através da superfície, é que, candidatando-se Mário Soares, a actual direcção do PS não poderia continuar a adiar uma tomada de posição.
No «fundo», é isso...
Quanto ao que Soares hoje representa e à sua abordagem do terrorismo da Al Qaeda, falaremos depois.
Comments:
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Parabéns pelo texto, Manolo. Sempre se dirá, com imensa graça, que Soares não foi a primeira escolha de Sócrtaes. Terá ele de pôr as barbas de molho?
Edmiro
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Edmiro
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