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2005-07-26

 

Pré-Presidenciais (2)





Estou inteiramente de acordo com a interpretação que o Raimundo Narciso fez do meu poste anterior - Pré-presidenciais (1) - tal como com aquilo a que chama a sua própria leitura «mais simples, menos elaborada, menos maquiavélica para a realidade.»
Incluo no meu acordo aquilo que, para ele, parece ser apenas uma suspeita:« [tal leitura, - a dele,] talvez redunde em não ter em tão alta conta os actores deste drama.»
Eu não tenho em «alta conta» todos os actores políticos - deste e doutros dramas - mas é certo que lhes dou tanta importância como se os tivesse, de facto, em conta alta. Por isso, também aí acabamos por estar de acordo.

Posto isto, a questão que eu levanto, e que decorre evidentemente do meu poste anterior, é a de saber qual será o grau de «entusiasmo» do PS no apoio à candidatura de Mário Soares.

O porquê da dúvida reside no tom forçado da declaração de José Sócrates, que logo a seguir se remeteu a um silêncio absoluto sobre esta matéria. Dizer, agora, que Sócrates não queria Soares na próxima corrida a Belém, pode parecer grosseiro. Porém, afirmar que a sua primeira escolha não era para ser levada a sério, já pode parecer admissível.

Na política é assim. As dívidas pagam-se. De uma maneira ou de outra.

A desvalorização de Soares começou no próprio PS. Resta-nos a esperança de que, aceitando ele mais este combate, o possamos fazer valer mais do que as sondagens lhe dão neste momento.

Comments:
Este "entusiasmo" resulta em primeiro lugar do desespero resultante da falta de alternativas capazes de enfrentar Cavaco.

Disso e das derrotas eminentes no Porto e em Lisboa.
 
Mas que primeira escolha? Guterres, Alegre? Alegre que se saiba, falar não é escolher. Guterres foi-se. Porque razão falar de desentusiasmo?!.
Ana Esteves
 
____________________________

Rui Martins,

tb acho que os resultados das autárquicas irão influenciar o curso político ulterior. Só não vislumbro ainda em que sentido. Um desaire para o PS poderia resultar num maior reinvestimento no candidato presidencial (Soares ou outro...).

Ana Esteves,

Convém não esquecer que Mário Soares, antes de se perfilar como eventual candidato, declarou publicamente que apoiaria a candidatura de Manuel Alegre. Sei que em política vale quase tudo, menos, é claro, esquecer...

A questão em que, suponho, estamos todos agora a pensar, é se Soares, hoje, «vale» muito mais do que Alegre.

Se valer, vale a pena.
 
Na minha leitura subjectiva, é claro, Soares "vale" bastante mais que Alegre.E só por isso aposto nele e se ele fôr candidato é a primeira vez que nele vou votar. Uma razão simples. Desagradar-me-ia ter Cavaco como PR. Ana Esteves
 
A admiração que nutri pelo então intrépido e corajoso Mário Soares nos tempos difíceis das Abriladas, em que subtilmente Cunhal e a s/horda de camaradas nistas e xistas se preparavam para fazer a entrega do poder político ao Kremlin, não se esvai do meu pensamento pois foram momentos em que, todos nós, a então designada reacção, empunhamos um estandarte carinhosamente apelidado de bochechas. Um verdadeiro tsunami à nossa dimensão mas que nos valeu preservar a liberdade. Como disse foi uma momento histórico. E com tal ficou no seu devido tempo registado.

O PS enfrenta o problema da substituição do PR Sampaio. E procura um Rosa para garantir uma forte oposição ao candidato laranja Cavaco. Os Rosas presidenciáveis com peso quer no aparelho quer no exterior abdicaram. Vitorino e Guterres são cartas fora do baralho. Aquele porque acha que um PR deve ter, por agora, mais de 1,50 m de altura. Não há muito também achou que um PM deveria ter pelo menos 1,45 m de altura... Guterres porque não está disponível por razões óbvias - embora com grandes rabos-de-palha.
Fora do Roseiral, há o namoradeiro Professor Freitas que tem procurado, em repentinos jogos de cintura, atrair vários matizes vermelhos. Ele que partiu de amarelo-azul.

Para enfrentar Cavaco o PS terá necessidade de um peso pesado para enfrentar Cavaco. Curiosamente Cavaco não vai contar com todo o laranjal. Há muitas árvores cujas laranjas vão sair pior que limões. Os limões da Madeira e as limonetes. Estes vão procurar as pontas mais fáceis do tapete para serem puxadas na devida altura. Portanto, Cavaco Silva, embora com as resistências que se adivinham continua na linha da frente pois já deu provas, enquanto PM, ter sido o melhor( sim, as vacas estavam também gordas). E vai colher também votos de muito boa gente que já começou a guardar outros emblemas na gaveta.

Pode perfeitamente reger as finanças a partir de Belém. No íntimo, Sócrates sabe que ele seria bem vindo tanto mais que sobre os seus ombros está a responsabilidade da bagunçada das contas públicas. E, à sua volta, aquela bagunçada de opiniões de economistas e gestores que, em bicos de pé, pontificam sobre a Ota e o TGV ! Grandes Obras, Grandes Empreitadas, Grandes Endividamentos! Serão estas mega-obras que vão gerir riquezas à generalidade do portugueses? E como ficarão as contas do país no DAY AFTER. Elefantes brancos a juntar a outros que por aí andam a pastar umas ervitas de quando em vez!

Os barões da Rosa, antevendo os potenciais estragos que um Presidente Cavaco iria provocar numa gestão socialista, empurram, é o termo, a única candidatura com peso e prestígio possível para vencer Cavaco. Mário Soares. Um político, já idoso, que terá de supervisionar os graves problemas de ordem financeira que a equipa de Sócrates vai ter pela frente e procurar solucionar. E em cujos dossier o PR terá de botar o respectivo jamegão do seu acordo! E para ter resultados favoráveis vão ser tomadas medidas impopulares, tremendamente impopulares.

M Soares, na circunstância, uma figura prestigiada politicamente que, como é hábito, terá de se reunir de bons gestores pois nunca deu provas de ter tido muito sucesso nesse sector – e eram então tempos das vacas gordas! E, provavelmente irá chocar-se contra o PM pois dois gestores prestigiados e competentes e muito tarimbados, em campos diferentes, podem ver caminhos completamente opostos para resolver este ou aquele problema de cifrões.

Camaradas e companheiros!
Se isto não é o velho, então, onde é que está o velho?

Kalonge
 
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