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2005-08-12

 

Agora que os incên-

dios acabaram (Nossa Senhora me oiça!) também dou a minha opinião a qual é esta:

o país vai continuar a arder!

Não como todos os países mediterrânicos ardem. Mas mais! Até que o "combustível" que inconsideradamente espalharam por aí - flora de outro habitat - mais ou menos ad hoc, diminua. Ou arda todo.

Os pinheiros são gimnospérmicas especializadas em resina e o alienígena eucalipto que trouxemos da Austrália e da Tasmânia exsudam óleo da folhagem. Uma e outro ardem bem.

A desordem das matas, os restos de cortes anteriores, mato, erva seca, falta de acessos e de aceiros, de pontos de água, e o... "bom povo" português dão o resultado que está à vista.

O "bom povo"... o da incúria, o da ignorância, o da falta de meios. O "bom povo", dos madeireiros (que querem comprar a boa madeira "queimada" por uma migalha do preço), dos construtores e imobiliárias (Zapatero proibiu por 30 anos, a construção na floresta queimada). O "bom povo" que negoceia com o fogo, incluindo ao que se diz, certos bombeiros (sem demérito para os heróis que lutam até à exaustão contra os incêndios) ligados ao negócio dos meios de ataque aos fogos, ou que aluga aviões e helicópteros. O "bom povo" da nossa Justiça ou das nossas polícias que não consegue apanhar quem atira very lights para as matas, nem quem contrata as avionetas que nelas deixam cair bombas incendiárias.

O país ardeu, arde e arderá, mais que o inevitável, enquanto isto não mudar.

Com Sócrates, com Santana, com Durão, com Portas, como ardeu com Guterres, com Cavaco, Vasco Gonçalves ou com Salazar. Suspeito até que arderia com Jerónimo ou Louçã.

Que fazer então se nem o Alqueva nos dá água? Emigrar? Rezar?

Talvez xingar o Governo! Que é o que se deve fazer quando chove de mais ou de menos. Vou xingar o Governo para que crie uma estrutura, um exército, que combata os incêndios, no mínimo 365 dias por ano. Dias e noites. Para tomar medidas de prevenção. Mas sem necessidade de gastar mais um tostão ou apenas meia dúzia. Com uma parte dos 300 mil empregados do Estado que, à sua revelia, não têm trabalho ou não têm um trabalho útil (só no ministério da Agricultura diz-se que há mais funcionários que agricultores no país!).

Oh! esqueci-me de falar do Paulo. Olá Paulo! Coitado, lá em cima em Podendes, com cinza no teclado.


Adenda: afinal... os fogos já regressaram. Subiu a temperatura...
Comments:
Os incêndios são um dos grandes flagelos deste país e são encarados como ? Como algo em que o país se deve empenhar, formando-se profissionais competentes e bem dotados de meios, não.

Os incêndios são encarados através de um regime de voluntariado onde pessoas com outras profissões, sem grande preparação e com pouquissimos meios fazem o que lhes é possível - com grande dedicação e mérito é verdade, mas não de forma profissional. Assim realmente independentemente do governo nada se resolverá.

Também aqui era uma àrea onde o tão proclamado (e nada visto) choque tecnológico poderia aparecer. É que já existem tecnologias que em muito podem ajudar à detecção precoce de incêndios quando não à sua extnção.
 
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Na minha terra, também, ardeu no outro dia a «última» fábrica de cortiça que tinha resistido à erupção do plástico e dos contraplacados. Aprendemos, entretanto que, quando ardem fábricas, florestas, casas, a culpa não é do Governo. É verdade. Também não é do Presidente da Câmara nem do Presidente da Junta de Freguesia. Certo. Todavia, no dia seguiinte, há sempre quem comente. Se fosse o Isaltino, já aí estava a falar aos jornalistas e a mostrar aquele ar desembaraçado, dando instruções à esquerda e à direita. Esse «gosto» da representação (que a política tb é) deveria ser melhor entendido por quem de direito. Mesmo sem jogar ao jogo da «culpa», já agora, que apareça pelo menos o Presidente da Junta de Freguesia ou um deputado municipal de qualquer partido. Por favor: que ninguém lhe diga que não vale a pena interromper as férias e dar um pulo ao teatro dos aconcetimentos. Num país em que tudo está a arder tão depressa, não de devera deixar queimar no primeiro Verão a (pouca) confiança que resta!
 
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