A "tese" da indústria dos incêndios carece, em minha opinião, de fundamento. A velha ideia de que as celuloses tiravam lucro disto está mais do que rebatida. Aliás só têm a perder porque a madeira queimada não pode ser usada na produção. É uma questão de qualidade do produto saído da fábrica.
Os "madeireiros" eventualmente poderão alguns retirar uns tantos benefícios marginais pelo baixo preço da madeira ardida. Mas não é situação que justifique. Daí que ... sem grande investigação me pareça uma tese bastante inconsistente.
Que há alguns pirómanos, como aliás hoje o DN revela, não há dúvida!!!. Aqui e noutros países. Segundo o DN 20% dos incêndios em 2005 terão sido de fogo posto. 80% é o que resta: 4 vezes mais.
Admitindo que nos 20% de fogo posto se cai no domínio da justiça, admitamos que algum dia neste país possa haver justiça que funcione. Em Espanha, com muito menos incêndios, foram presos o dobro de potenciais incendiários. O dobro e não foram libertos de seguida.
Mas concentremo-nos nos 80%, admitindo que este número faz fé. Aqui chegamos à questão da prevenção que tem de ser encarada a três níveis. Estrutural - qualidade da floresta, nada feito. Gestão - nada feito. Curto prazo, limpeza das matas- nada feito, apesar de haver leis - sem o mínimo controle da sua aplicação.
Agora fala-se de várias coisas. O ministro António Costa vai comprar aviões. Muito bem: Quem serão os pilotos'? Para que se quer uma força aérea, que tem alguns aviões adaptáveis e que penso se sentiria útil se dessa função fosse incumbida? E se não se sentisse, o melhor é fechá-la. Não é à Marinha que compete a fiscalização das nossa ZEE? Porque não dar esta incumbência à força aérea?
E a limpeza das florestas, a tal operação compulsiva, que Jorge Sampaio diz defender? Não serão as Câmaras e as Juntas as entidades que melhor se localizam para esssa tarefas'? E porque não entram os militares nessa tarefa? Tanto dinheiro gasto por um país de poucos recursos numas forças armadas que, se não são úteis ao País, porque existem?
# posted by Joao Abel de Freitas @ 13:53