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2005-08-12

 

Um governo contido e batalhador

O governo tem de ser contido e batalhador. O que quero dizer com isto?

Primeiro, não pode dar perspectivas irrealistas de que a economia vai sair tão cedo do pântano onde mergulhou. Não vai. Há que ser realista. É duro, mas já é tempo de assumir esta realidade e de a explicar bem.
Infelizmente para todos, o País nunca teve uma estratégia de mudança e de adaptação ao evoluir dos tempos, exploradora das nossas potencialidades (que ainda são muitas) e que conduzisse, de forma sustentada, a uma superação dos constrangimentos que nos são intrínsecos.

A aposta nas exportações, sem dúvida correcta, não leva, no actual sistema produtivo, ao crescimento da economia. Portugal perdeu toda a margem de manobra porque os seus produtos de exportação dificilmente recuperarão as quotas de mercado perdidas. Estamos, usando uma expressão de guerra, a ser bombardeados e não temos equipamento nem munições de resposta. Mesmo que os mercados europeus melhorem, atenção, não serão os nossos produtos significativamente beneficiados. Não temos capacidade de resposta em qualidade-preço.

Andamos todo este tempo de adesão a gastar fundos europeus no apoio a projectos "mais do mesmo", projectos que reproduziram a mesma estrutura produtiva, afastando-nos mais e mais das questões estruturantes do país: água, transportes, logística, atracção de actividades económicas novas em domínios fundamentais que hoje são o motor das economias. Não é tarde, mas há que dar rosto a ideias como o choque tecnológico que ainda está no segredo dos deuses. Em minha opinião, este choque tem de ser no concreto. De mais criações no segredo dos gabinetes, quase diria, está o inferno cheio. E até agora... e noto, com algum desencanto, que se perderam, não se explorando as contrapartidas das eólicas para um bom trabalho neste domínio (actividades/projectos na inovação e conhecimento).

Segundo temos de ter um governo batalhador pela mudança deste tempo perdido e determinado a ficar com o ónus, por algum tempo da crise, mas se lançar os fundamentos da sua superação aí terá a recompensa, pois a actual década vai ser dura para Portugal. A questão é económica, na sua essência. E de falta de políticos com visão estratégica.


Comments:
As eolicas sao monstros muito feios e deprimentes. :/
 
Ausente por uns dias, sobre a correcta visão das FA (Raimundo Narciso):
Sugiro leitura meu bilhete (carta) no DN 1Ago.
A realidade actual é demasiado má para poder continuar - outro dos nossos monstros económicos e não só.
E que não precisa de estudos para saber o que fazer. Estudos, mas para pôr em prática o que há muito devia estar feito .
 
Caro BMonteiro gostaria de ler o bilhete ou carta no DN de 2005-08-01 mas procurei no Dn desse dia na net e nada encontrei. Afinal do que trata?. Pode envir via email ou até para os comentários.
 
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