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2005-09-20

 

Manifestação de saias

A manifestação convocada pelas mulheres de militares foi autorizada pelo Governo que proibiu entretanto os militares do activo de participarem.
Julgo que as ordens do Governo serão respeitadas. Mas apesar disso haverá festa rija. E legal. Vaticino a presença de muitas mulheres de militares e muitos militares na reserva e na reforma que aliás já eram a maior parte dos que temos visto nas televisões a defender o "prestígio" das Forças Armadas.
Com a juda da televisão vão dar mais um deprimente espectáculo da "coesão", "disciplina" e "brio" das Forças Armadas. Vão-se prestigiar junto de quem? Junto de 10 ou 15 % dos portugueses, tantos quantos seguirão as palavras de ordem de Jerónimo de Sousa e de Louçã. Não irão prestar bom serviço à Instituição que pretendem ver prestigiada. Se é que querem!
Claro que os militares das associações invocam e em parte com razão a degradação para que sucessivos Governos tem deixado resvalar as FFAA e com elas os militares. Nem tanto pelos precários armamentos e condições de funcionamento mas mais pela indefiniçao do seu papel e das suas missões no todo nacional. Mas e é aí que bate oponto. É que nunca vimos convocar manifestações nem esta exaltada combatividade pelo "prestígio" das Forças Armada que não fosse na estrita defesa de vencimentos ou regalias.
A importância relativa das FFAA diminuiu no contexto nacional. Os militares já não fazem os sacrifícios que tiveram de fazer nas guerras coloniais. E o prestigio que adquiriram (mérito que não foi de todos) com o levantamento militar que derrubou Marcelo Caetano e que abriu as portas à liberdade, à democracia e à revolução foi há 31 anos.
Os militares como os restantes portugueses tem direito a exigir remunerações e outras condições condignas. Mas sem pôr em causa a confiança que a comunidade deve ter neles. A comunidade ou pelo menos a esmagadora maioria dela.
Num momento de imperativas restrições orçamentais em que é imprescindível diminuir as despesas do Estado os militares que aspiram a ser o "espelho da nação" estão, talvez sem se aperceberem, a dar um mau exemplo e uma fraca imagem de si.

Comments:
Caro Raimundo, acho que ficou tudo dito!
A meu vêr, só acrescentaria uma única "palavrinha", que por si só, define toda esta situação: Ridículo!!!
Cumprimentos do «Liblog» - http://planetamercuryii.blogs.sapo.pt
 
Concordo em absoluto com o que disse e tenho dúvidas sobre a necessidade de FA's como as que temos.
Mas vejamos a coisa sobre outro prisma.
O(s) Governo(s) profissionalizaram estas FA's. Assim, como compatibilizar essa profissionalização com a não concessão de direitos sindicais?
Revê-se a Constituição por tudo e por nada e neste capítulo absoluto silêncio.
 
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