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2005-09-18

 

MEC no seu melhor

O país anda deprimido. Por causa da crise económica e do túnel com uma luzinha ao fundo apenas bruxulheante. Mas anda com insónias e irritadiço também por causa do tremendismo, já não digo das oposições, que isso é o habitual, mas de grande parte da opinião escrita que, por disfunção mental, pendor ideológico ou para vender melhor, vê o fim do mundo (ou do país) a cada virar de esquina.
Ou é o Governo que não mudou a crise em maná, que não substituiu a ignorância dos empresários e dos trabalhadores em sabedoria ou é Sócrates que não converteu os corruptos em gente séria, que não tiroteou os aparelhos partidários e seus apetites ou que ambos não transformaram em bons os maus costumes do país. E tudo isto era o mínimo que os tremendistas da opinião, com legítima expectativa, esperavam. Em, no máximo, seis meses!
Estava eu neste sufoco de pessimismo quando o Miguel Esteves Cardoso me oferece AS BELAS INTERRUPÇÕES como quem diz: vá lá... um momento de paz.

"Por todas as razões erradas, têm sido empolgantes os debates entre candidatos autárquicos que a SIC Notícias tem transmitido. E as razões erradas, como sabem os connoisseurs, são sempre as melhores. Eles ofendem e ofendem-se; provocam e deixam-se provocar; interrompem-se; digladiam-se; esfarinham-se. Então o confronto de Carmona Rodrigues e de Manuel Maria Carrilho, transmitido na quinta-feira à noite, foi o melhor de todos.
Mandaria a lengalenga que se lamentasse a "ausência de um verdadeiro debate de ideias" e - pior ainda - de "uma discussão rigorosa dos dossiês". Mas é muito mais instrutivo (e divertido, claro) ver os candidatos, teoricamente adultos e serenos perante as responsabilidades do cargo que pretendem ocupar, portarem-se como criancinhas delinquentes no recreio - precisamente quando a professora está a ver.
Os realizadores e bons jornalistas da SIC que orientaram os debates (por alguma razão ditos "moderadores" perante os presumíveis "extremismos" de quem debate) - tiveram, desta vez, a inteligência e generosidade de deixá-los bulhar à vontade.
Embora retivessem alguns tiques do estilo tradicional - como a cronometragem obsessiva do tempo de antena de cada um -, era com pouca convicção que os exibiam...
Ao contrário do que se diz, é muito fácil ouvir duas pessoas a falar ao mesmo tempo. Eu diria até que é mais fácil do que ouvir uma só, dada a ameaça do sono. Sobretudo quando nem um nem outro, por estarem a ferver com o calor do combate, está a dizer uma coisa que merecesse o silêncio envolvente - e muito menos uma atenção individida." [O resto aqui]

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