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2005-09-30

 

"Ter os jornalistas na mão...."

De um amigo militar, "capitão de Abril" dos mais destacados, já coronel reformado, recebi um email que circula no seu meio com pedido de divulgação. E eu divulgo.
Não consegui até ao momento confirmar esta situação da protecção social na saúde dos jornalistas (espero que algum ao ler-me deixe o seu comentário) e, a verificar-se, conhecer as razões ( ou falta delas) da decisão do Governo.
Ainda que com esta reserva e sem que desta vez possa acompanhar estes meus amigos nas suas presentes "lutas revolucionárias" aqui fica o seu grito d'alma:

"ESCANDALOSO!!!

Porque é preciso ter os jornalistas na mão....
Vejam a escandaleira deste governo!!!
O subsistema de saúde destes pardais é INTOCÁVEL! A caixa de previdência e abono de família dos jornalistas é dirigida por uma comissão administrativa cuja presidente é mãe do ministro António Costa (Maria Antónia Palla Assis Santos).
O inefável Ministro José António Vieira da Silva declarou em Maio último que esta caixa manteria o mesmo estatuto!
Regalias e compensações muito superiores às vigentes na função pública, SNS e os outros subsistemas de saúde. É só consultar a tabela anexa....
Mas este escândalo não será divulgado pela comunicação social, pelo que há que o divulgar ao máximo por esta via!"

E pronto. Aqui está.


Comments:
Atenção. Não vamos confundir tudo. Os jornalistas têm de facto regalias especiais na saúde. Como mais trinta e muitos subsistemas privados.É a banca, é os seguros, são os funcionários da ex-cuf, etc, etc,. Trata-se de um outro campo mais ligado à CNP. Também tem de ser revisto por uma questão de equidade. Mas agora o que está em revisão é tudo quanto se relaciona com a AP no sentido mais lato. Ana Esteves
 
Mil desculpas mas esta comparação é da mais absoluta demagogia. Desde quando os jornalistas são servidores do Estado como são os militares? Quem suporta a "parte da contribuição patronal" nos jornalistas são os proprietários dos jornais (empresários). Se o teu amigo "capitão de Abril" não sabe ou já se esqueceu, diz-lhe que os jornais já foram privatizados... E é uma bandalhice ir buscar o parentesto da senhora da Caixa dos Jornalistas (ela é jornalista!) com o facto de ser mãe de ministro. Não pode? O filho manda na mãe? Raimundo, não devias ter dito que o demagogo foi "capitão de Abril", assim a coisa talvez não fosse tão chocante. Abraço. João Tunes
 
saudações.
Eu no meu ver os jornalistas e os funcionarios publicos tem o seu sistema bom ou mau mas é deles, o que eu penso e quem não tem um sistema digamos "bom" tem que lutar para ter, porque não é afundar os sistemas de saúde de quem tem que vai melhorar ulguma coisa, simplesmente num breve curto espaço de tempo vai afundar o sistema geral.
Temos que lutar para ter condições justas não é combater o nosso vizinho que vamos lá.
um abraço de amizade.

 
No que se refere aos trabalhadores de Seguros e tanto quanto me lembro, a respectiva Caixa de Previdência foi integrada na Segurança Social (SS) já lá irão uns bons 20 anos. Primeiro fora negociada a entrega à SS do valor excedente da gestão, que manteria o mesmo nível, entrega que seria feita em duodécimos, mas, chegada a altura, o que houve foi integração total. Os "integrados" perderam e não vi que os "integrantes" tenham ganho alguma coisa. Espero que o ganho tenha revertido para o Ministério da tutela, ou seja, sendo ingénua, para todos nós, indirectamente. Há que acreditar em alguma coisa, né?
 
Os militares estão "despeitados". Socialmente cairam em desgraça. Hoje aguardam numa "prateleira de ouro". que a vida vá correndo, porque tb gostam do pouco trabalho. Não há lugar para militar/custo sem contrapartida. Que remodelem as suas funções. Que se tornem úteis. E há espaço. Agora ter saúde da melhor sem sequer descontar um chavo. É um abuso antisocial. Que se movimentem e exijam que fazer. Exigir regalias sem dar nada é injusto, é ofensivo para a sociedade. Até porque obtiveram essas regalias como "compra política" para fazer a guerra.
C. botelho
 
Obrigado a todos pelos comentários. A Ana Esteves ajudou a separar as águas e a esclarecer que o caso apontado sist saúde jornalistas não tem a ver com Administração Pública.
À Fú (ou ao Fú?)queria dizer o seguinte: todos estamos de acordo que as medidas do Governo ao alinhar por baixo condições de saúde não é coisa que melhore a vida de ninguém. De facto como bem diz piora a de alguns e isso não deve alegrar os que já estavam na posição desfavorável. Mas das duas uma ou Fú não sabe porque procede o gOverno assim ou não crê que tais alterações concorram para os objectivos apontados pelo Gov.
A questão é simples: O Governo gasta todos os anos mais do que recebe. Isto é insustentável. E este ou qualquer outro G. só tem uma forma de resolver a situação gastar menos. Outra forma seria receber mais. Como? Com impostos mais elevados, novos impostos, ou com um significativo aumento da riqueza produzida que automaticamente aumenta a massa dos impostos recolhidos. Não se devendo aumentar ainda mais os impostos, nem estando a economia a crescer muito resta diminuir a despesa. Como? Poupando dinheiro nos serviços prestados mais caros. Diminuindo previlégios a deputados, membros do Governo,administradores de empresas do Estado, juizes, militares e outros grupos que estavam um pouco melhor (na saúde ou na reforma)que a maioria dos Portugueses. E isto não chega, o Governo vai ter de tornar rentável (sustentável, que se pague a si mesmo) o trabalho hoje ineficaz ou inexistente de dezenas ou centenas de milhares de trabalhadores do Estado. Reciclando. Criando com os excedentários serviços rentáveis?Despedindo? Talvez. Esperemos que neste com contrapartidas razoáveis. Não agradará a ninguém despedimentos colectivos em grande escala na AP (sem novo quadro legal não se pode. Mas se este não for sustentável mudará de certeza. Com este ou outro Governo, a bem a ou a mal.)
Ninguém acha bem que alguns piorem para ficarem como os piores. O objectivo não é piorar a vida de alguém o objectivo é gastar menos.
Seria uma boa contribuição Fú propor outras soluções alternativas mais agradáveis e exequíveis. Gov agradeceria. Penso eu de que ;-)
Fú diga-me o nome do seu blog é "Nas asas do pensamento"? Para eu pôr o link.
Um abraço.
 
Peço desculpa, mas considero que este post ultrapassou os limites até da boa educação. Pura demagogia!!! De muito mau gosto!
 
Maria Antóa Palla é presasidente da CPAFJ pelo menos desde 1997. Já passou, portanto, pelos govs de Barroso e Santana Lopes.
Se a tabela de comparticipação pode parecer generosa, a verdade é que nós (jornalistas) pagamos do nosso bolso e recebemos passados 4 ou 5 meses.
Uma qualquer intervenção cirúrgica leva-nos o ordenado de alguns meses de trabalho.
Há jornalistas, no Porto, a ganharem menos de 500 euros!!!
Por outro lado, a CPAFJ DÁ lucro. Em 2000 tinha um excedente de cerca de 3 milhões de contos e ainda contribuia para a Segurança Social.
Veja-se o nº de Janeiro de 2000 da revista Meios (da Associação da Imprensa Não Diária):
O ministro do Trabalho e Solidariedade e a ministra da Saúde receberam a 6 de Dezembro um estudo que prometeram avaliar e, porventura, aplicar para fazer com que as áreas que a ministram possam, tal como a Caixa dos Jornalistas, apresentar lucros.

Ferro Rodrigues e Manuela Arcanjo inverteram desta forma o papel dos ministros e jornalistas, os primeiros habituados a responder às perguntas dos segundos, os quais prestaram os esclarecimentos e provaram como a Caixa de Previdência e Abono de Família dos Jornalistas deverá apresentar, este ano, um saldo positivo de 3,5 milhões de contos.

Estes dados constam de um estudo em que é provado como os jornalistas financiam a sua saúde e a sua segurança social.

A presidente da Caixa, Maria António Palla, recebeu os dois ministros e lembrou como, nos últimos três anos, foi recuperada e modernizada uma instituição «que se encontrava decadente»

O seu antigo estado devia-se a um despacho da altura do governo de Cavaco Silva que mandava integrar a Caixa nos Centros Regionais de Segurança Social, a 1 de Outubro de 1994. O governo de António Guterres mandaria, no início da sua anterior legislatura, suspender todo o processo de integração da Caixa dos Jornalistas.

Se a modernização da Caixa tem sido bem sucedida, o mesmo não acontece no relacionamento com a Administração Regional de Saúde, pois persiste a necessidade de ser adequada a tabela existente aos novos meios de diagnóstico e tratamento que não estão considerados nessa tabela, até porque alguns deles não existiam quando foi assinada, em 1984.

Estão nesta situação exames como a ressonância magnética, a litotrícia e consultas de aptometria.

Maria António Palla provou, pois, que «os jornalistas não são caros ao Estado», como costuma ser indicado. Os ministros ouviram, prometeram ir «estudar os dossiers» e depois «fazer perguntas».

Da parte do Ministério da Saúde, Manuela Arcanjo referiu que não tem nada contra os subsistemas de saúde, como o que caracteriza a caixa de Jornalistas.

Por seu lado, Ferro Rodrigues considerou «um bom exercício de avaliação» os dados avançados pela direcção da Caixa, os quais provaram que foi acertada a decisão de suspender a integração deste organismo, medida que contou com o seu «aval».

Sobre os resultados financeiros, o ministro mostrou-se satisfeito adiantando que também o seu ministério deverá registar, em 1999, um aumento em cerca de 80 milhões de contos ao inicialmente previsto, em termos do regime geral de contribuições para a Segurança Social.

Os dois ministros mostraram sintonia na vontade de juntar jornalistas e profissionais dos dois ministérios para, em conjunto, analisarem e aprenderam sobre as reformas dos sistemas de Segurança Social e da Saúde.

Segundo o referido estudo o sistema de saúde e de segurança social dos jornalistas portugueses tem tido nos últimos anos um saldo positivo de contas e está em crescimento sustentado.

Em 1997, o saldo foi de 2,95 milhões de contos e em 1998 cresceu 9,6 por cento, com um valor de 3, 23 milhões de contos. As estimativas para 1999, se se mantiver a variação de despesa – 8,3% - e de receita – 9,2% esse saldo poderá ser de 3,5 milhões.

De acordo com uma análise às contas desse sistema de saúde, verifica-se um crescimento das contribuições da Caixa de Previdência e Abono de Família dos Jornalistas que é superior ao da economia.

Os beneficiários por conta de outrém – em 1998 o seu total era de 3.404 – eram o principal sustentáculo do sistema, com um incremento de 9,1% face a 1997. Por seu turno, o valor relativo dos independentes – 244 – decresceu de 7,2% (1997) para 6,7% (1998).

A Caixa de Jornalistas registou uma subida acentuada de encargos com o subsídio de desemprego (44%). A nível do mercado de trabalho houve um aumento dos despedidos, em especial entre os que auferiam salários mais elevados.

Em 1997, segundo dados apurados, havia 94 beneficiários que recebiam um subsídio de desemprego médio de 750 contos/ano, sendo em que em 1998 o seu número ascendeu para 140 pessoas desempregadas com um subsídio médio anual de 871 contos.

Ainda quanto ao mercado de emprego na comunicação social, verificou-se que em 1998 os salários médios foram inferiores aos de 1997, sendo que a contribuição média de cada beneficiário para a Caixa dos Jornalistas desceu 193 naquele período.
 
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