2005-10-17
Diz o roto ao nu...
O caso de Luís Santos, o co-piloto português detido preventivamente há um ano em Caracas, sob a acusação de tráfico de droga, foi um dos temas abordados no encontro bilateral entre Hugo Chávez e os líderes portugueses, à margem da XV Cimeira Ibero-Americana, que decorreu em Salamanca. - disseram os jornais em notícias escandalizadas com a lentidão da Justiça Venezuelana.
Se não soubéssemos da "rapidez" da nossa Justiça era caso para nos surpreendermos mas o embaixador da Venezuela em Lisboa, Manuel Quijada - para nossa vergonha - fez questão de nos refrescar a memória e disse em carta ao DN "que a morosidade processual "não é exclusiva" do sistema venezuelano e lembrou que no nosso país "estão presos e processados por tráfico de droga 120 venezuelanos em Lisboa, Funchal e no Porto". Acrescentou ainda que duas jovens venezuelanas permaneceram uma um ano, a outra nove meses em prisão preventiva, (o co-piloto português está em prisão domiciliária) mas em julgamento foram consideradas inocentes.
Em Caracas estão presas três portuguesas que fretaram o avião onde foram embarcados 386 kg de cocaína no regresso, assim como o co-piloto que se encontrava no avião quando as malas com a cocaína foram carregadas, o qual terá (?) dito à hospedeira que o alertava para aquela bagagem que estava a ser carregada que "não se metesse onde não era chamada".
A hospedeira e o piloto, que parece ter sido quem avisou as autoridades venezuelanas, foram postos em liberdade.
Comments:
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Alguma indício adicional haverá para que hospedeira e piloto estejam libertadas e copiloto não. Mas do que gostei mesmo foi do título...
A maior parte dos 120 venezuelanos «presos e processados por tráfico de droga» está já a cumprir pena. E, quanto aos demais, o seu tempo de prisão preventiva é, de um modo, geral, muito curso, pois que os «correios de droga» são julgados, em Portugal, em tempo recorde e os seus recursos julgados em um mês ou dois. Nada, pois de comparável com o caso venezuelano (em que os portugueses presos há um ano)ainda não foram julgados nem se vêem jeitos disso.
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