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2005-10-18

 

Orçamento 2006 (1)

Este OE 2006 goza de uma grande qualidade: seriedade, leia-se transparência. Não recorreu a receitas extraordinárias, nem a desorçamentações abusivas no SNS, nem a cativações exageradas. Como diz o MFinanças: é um OE "sem truques".

Por outro lado, os pressupostos do Cenário Macro são prudentes, designadamente o preço do petróleo. O mesmo não direi sobre a taxa de exportação, acima de 5%, porque me parece muito ambiciosa no contexto das economias europeias, nosso principal mercado cliente. Todavia é possível, estando na mão das empresas realizar esse objectivo. O papel do Estado, nesta matéria, é o de desbloquear situações que favoreçam as exportações, informar sobre negócios e mercados e influenciar, a chamada diplomacia económica, que bem poucos frutos tem dado em Portugal, ao contrário de outros países.

Uma área de que se falou pouco tem a ver com as condições de dinamização do investimento empresarial, embora esta questão deva merecer um tratamento especial e preferencial, pois é a partir daqui que se projecta a criação de riqueza do país. Pode dizer-se que reformando-se a AP se vai nesse caminho. Pode ser. Mas vejo que se dá ênfase em demasia à óptica da contenção da despesa (sem dúvida fundamental), sem contrapartida de uma outra, a óptica da eficiência, sem o que o crescimento económico não arranca nem se consolida. Há que dar sinais de boa orientação das políticas. A decisão sobre projectos de investimento não pode esperar anos, por muito complexos que eles sejam, até porque as condições de mercado mudam, ocupando alguém o espaço de negócio surgido.

Sobre esta matéria há um reencontro a fazer com o País e no País.


Comments:
Este OGE é um orçamento de estagnação e retrocesso. As consequências estão à vista: mais desempregos, salários reais mais baixos, menos prestações sociais, impostos sobre o consumo e o trabalho mais altos.
Após vários anos a seguir esta receita pela Drª Manuela, descobrimos que ficamos ainda pior.
A solução do Dr. Teixeira dos Santos foi reforçar esta direcção que certamente nos fará morrer da cura.

José Manuel
 
Este OGE faz lembrar a história do lavrador que tinha um burro. Um dia pensando que o burro lhe gastava demasiada ração, resolveu poupar na comida do bicho. Progressivamente foi-lhe diminuindo a ração até praticamente deixou de comer. Passado algumas semanas foi buscar o burro para transportar a mercadoria e encontrou o bichinho morto de fome. "Que pena!", exclamou, "Logo agora que já estava de desabituado de comer é que foi morrer!"

José Manuel
 
Em primeiro lugar, uma palavra de apreço ao autor do post. Excelente interpretação dos factos. Muito coerente.
Quanto aos anteriores comentários, deixo aqui apenas uma expressão utilizada ontem (e bem!) pelo nosso Primeiro Ministro, Engº José Sócrates, quando questionado ácerca do impacto e repercussão que este OE iria ter na população portuguesa: "Não se pode com toda a certeza esperar que um OE vá agradar a todos."
Eu diria mais, não se pode é esperar agradar aos que se mostram ETERNAMENTE descontentes!
Cumprimentos do «Liblog» (http://planetamercuryii.blogs.sapo.pt)
 
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