.comment-link {margin-left:.6em;}

2005-10-04

 

Os Prós e os Contras da Justiça

Foi um programa muito elucidativo. Até a Fátima, esteve bem.
Ficou à vista que o Governo está a trabalhar, está a trabalhar bem e está a trabalhar depressa na reforma da Justiça. Metas e prazos. Parabéns a Alberto Costa. Pelo trabalho no ministério e pelo desempenho no programa. (É curioso, tem o mesmo nome do primeiro ministro da Administração Interna de Guterres!)
Foi claro, incisivo, revelou convicção e seriedade. Teve resposta pronta e à altura das tergiversações dos presidentes dos sindicatos dos juizes e magistrados do MP sem nunca perder uma postura digna e que terminou com um apelo apaziguador - temos mais coisas a unir-nos (melhorar a Justiça) do que que a dividir-nos - advertindo os juizes para a machadada que darão no prestígio e credibilidade da Justiça se fizerem greve.
Os presidentes dos sindicatos de juizes e magistrados do MP, Baptista Coelho e Cluny prestaram também um execlente serviço à Pátria. Passaram o tempo a demonstrar em vão que o Governo não estava preocupado com a Justiça mas tão só em perseguir os juizes e magistrados. Passaram as duas horas a dizer que a greve não é por causa das regalias perdidas mas para defender a independência da Justiça para na última e sintética mensagem se denunciarem infantilmente o que já todos por demais sabíamos. Cluny termina a dizer que a greve é para obrigar o Governo a "reequilibrar o regime de direitos e deveres" que agora desiquilibrou. E Batista Coelho concluiu que a greve era para defender a "dignidade" dos seus pares atingida pelas medidas do Governo. Quando falam em dignidade... conheço isto tão bem... é de dinheiro, dinheirinho que estão a falar.

Comments:
Não concordo com a qualidade do desempenho do Ministro defendida no post. Não a achei brilhante. Concordo, porém, que os juízes e os magistrados, na voz dos representantes ali presentes, se sairam muito mal. Provaram e bem que a sua luta só tem uma sustentação: as regalias e o dinheirinho. Aliás, o que ficou demonstrado é que o Ministro Alberto Costa e, por conseguinte, este governo tem na forja medidas de fundo que dão mais independência quer aos magistrados (porque serão eles, de futuro, a cordenar a investigação e não as polícias)quer aos juízes. Aquela saída desesperada do representante dos juízes que independência não é só dar "poder de decisão" aos juízes mas são as condições de trabalho é um argumento de quem já não tem pés para andar. E para finalizar este comment, acho que quem esteve brilhante foram os investigadores da UCoimbra e da Católica que nos explicaram a nós telespectadores o que ali devia estar em jogo e não confundir a justiça com as reivindicações corporativo-sindicais. Também o bastonário não se saiu mal.
Do lado do governo, acho que o que continua a falhar é a forma como as medidas são apresentadas. A ida dos Ministros aos pró e contras até tem sido favoráveis. Ana Esteves
 
Simplificacao abstrusa. O ministro esteve visivelmente nervoso, pouco ah vontade e irritou-se com facilidade. Tentou demover os magistrados da greve sem conviccao e teve de servir-se do seu passado antifascista em defice de argumentacao mais convincente. Saldo: os pessoais da justica vao para a greve. Moral da historia: se o governo sabia(?) que estava a lidar com um orgao de soberania, porque nao tratou das coisas com mais sentido de estado?

A nota final do autor do texto eh curiosa. Dignidade = dinheirinho. Acrescenta que sabe muito bem do que estah a falar. Eh caso para dizer: pudera!

WatchDog
 
O simpático Cluny e o duro Baptista Coelho sairam ontem do prós e contras algo trucidados. E
estão sem recuo.A classe não dá margem.
O governo, pelo seu lado, embora com razão e com medidas positivas como ontem se viu, tem claramente tratado isto como diz o povo com os pés e, por isso,tem a sua quota parte de responsabilidade na agudização das relações.
 
______________________________

Para mim foi Rogério Alves que «ganhou» o debate. Os «pobres» advogados bem necessitavam daquela independência face ao sistema que o bastonário, simpatica e explicitamente lá levou.

Nas pugnas do sistema de justiça, os dados estão lançados. As magistraturas são os demónios; o Governo, coitado, estando o país no estado em que está, faz o que pode...

Quando deixarmos completamente de compreender o porquê dos grupos afectados quererem discutir e negociar as perdas e os ganhos, então teremos chegado, finalmente!, à sociedade da simplificação absoluta. Nela, já ninguem se espantará com a circunstância de termos começado a utilizar slogans em vez de argumentos.

O sistema de justiça carece de grandes reformas, é certo, mas «urgentemente» de equipamento, instalações, formação e uma organização de hoje. Para qualquer dessas carências, o Estado vai ter de gastar rapidamente o que andou a poupar estupidamente.

E isso, sejamos coerentes, não é bom para o «défice».
 
Caro «Raimundo Narciso», eu, que também vi o programa, apenas quero congratulá-lo pela interpretação (traduzida num excelente comentário) que fez.
Ficou tudo dito.
Claro que poderiamos, levantar de suas palavras MUITO por onde divagar (prova disso são os comentários que logo surgiram ao post), mas penso que tal não é necessário.
No essencial, acredito que o velho ditado "para bom entendedor, meia palavra basta" e, discordando igualmente do comentador «MC», deixe-me dizer-lhe que, na minha opinião, quem ganhou o debate (e bem!) foram todos aqueles que entenderam a mensagem...
Cumprimentos do «Liblog» - http://planetamercuryii.blogs.sapo.pt
 
Vou com o LibLog. Conversa para quê? O que é curial fazer é clubisticamente dar trolha nuns e poupar os outros. Assim se faz Portugal, uns vão bem e outros... mal!

A discussão livre e serena, fica para o Natal.

De futuro, se um magistrado, um oficial de justiça, apesar de barbaramente imolados na praça pública pelo governo e seus seguidores, se, dizia, um deles, de repente, lhe oferecer flores, desconfie. Eles são do pior que há. Por um lado, ainda são um pouco (?) funcionários públicos (má gente, como se sabe), depois são um Órgão de Soberania (ui, ui, um órgão, Estão a ver?). Piores do que eles só os militares e os professores. Os médicos e os advogados virão a seguir.

Depois? Depois haverá ainda esperança de encontrar alguém com juízo capaz de não embarcar neste futebolismo social?

Ana Alçada
 
Ana Esteves.
Estou de acordo com quase tudo o que disse. Relativamente à performance do ministro concordo que quanto ao visual não esteve grande coisa. Tenso e ríspido mas quanto ao conteúdo pareceu-me bastante bem porque foi claro, conciso e convincente a expor e defender o seu trabalho.
Comenta WatchDog:
"Moral da historia: se o governo sabia(?) que estava a lidar com um orgao de soberania, porque nao tratou das coisas com mais sentido de estado?"
Se bem que não tenha procuração do Governo em o defender e há muitas coisas que nele reprovo ou me não satisfazem,estou curioso em saber em qual das 39 reuniões que o ministro diz ter tido com os vários sindicatos da Justiça não tratou as magistraturas com sentido de Estado?
Quanto "A nota final do autor do texto eh curiosa. Dignidade = dinheirinho. Acrescenta que sabe muito bem do que estah a falar. Eh caso para dizer: pudera!"
Pudera?? Ah isso desperta-nos a curiosidade a todos. Vá, vá aqui fica o desafio para se explicar melhor. Diga o que julga que sabe. Se não... passa por ter feito uma insinuação gratuita. Aliás está em total liberdade sendo como é, apenas WatchDog!
Ao anónimo seguinte afinal já respondi no post acima sobre o ESTILO.
Ao Manuel Correia que disse:
"Quando deixarmos completamente de compreender o porquê dos grupos afectados quererem discutir e negociar as perdas e os ganhos, então teremos chegado, finalmente!, à sociedade da simplificação absoluta. Nela, já ninguem se espantará com a circunstância de termos começado a utilizar slogans em vez de argumentos"
Manel! o Governo, o ministro, os juizes, tu e eu e não sei se mais alguém, compreendemos muito, muitíssimo bem, "o porquê dos grupos afectados" o que se passa é que uns concordam com as medidas tomadas pelo Governo e outros não. Não é o problema do diálogo ou estilo. Diálogo? Se o governo não ceder os "juizes" não consideram que tenha havido diálogo! Ora se o Governo ceder a uns tem de ceder a todos e Bruxelas e a saúde financeira do Estado é que não querem saber de diálogos. Querem défice orçamental abaixo dos 3% do PIB. Isso só vai com menos despesa. Não vai com "diálogo" infelizmente. a menos que tenhas solução melhor!
À Ligtav só me resta agradecer a atenção e visita e informar que coloquei o link no Puxa. Não por ter sido agradável o seu comentário mas porque é política do blog linkar quem nos visite ou quem nos link.
À Ana Alçada
começo por dizer que aprecio o tom irónico (até ao sarcasmo).
Claro que o mundo e aqui o nosso cantinho não é a preto e branco e feito de santos e demónios. Em artigos curtos todos devemos perceber que cada um destaca o preto ou o branco sem tempo nem espaço para as mil cambiantes dos cinzentos. Talvez consigamos antes do Natal explicar tudo um pouco melhor proponho o dia de S. Martinho, com um copo de água-pé.
No que a mim caiba da aludida malquerença dos funcionários públicos digo-lhe que não tenho má opinião deles. Ter não seria razoável. Os 700 e tal mil são todos diferentes. E como em qualquer grande grupo de mulheres e homens há de tudo, do melhor e do pior. Do que se trata é de um conjunto de condições inadequadas para muitos deles, de que, em parte, são eles as primeiras vítimas. Toda a generalização é errada.
Obrigado a todos.
 
Caro Raimundo Narciso. Apenas achei irohnico dizer que sabia bem do que falava. Assim sendo, isto eh, quando se apregoa que se estah por dentro, nao espanta que se conheca o processo. Daih o "Pudera!". Eh tudo. Nao quis dizer mais do que isso. Desculpe se a coisa redundou em insinuacao ofensiva.

No hard feelings.

WatchDog
 
WatchDog
A exclamação era ambígua por isso pedi maior transparência. Mas a leitura que avançou também a tinha admitido. Assunto encerrado. Posso agora explicar-lhe a razão da minha observação "conheço isto tão bem!" é que, no PCP onde, como funcionário, primeiro clandestino e depois por aí, como toda a gente, lidei com militares, nomeadamente oficiais do QP durante muitos anos e conheço bem a sua idiossincracia. E cada vez que queriam aumento de remuneração sempre e só falavam em dignidade. O que prova que eles não são diferentes de muitas outras classes profissionais.
De passagem posso acrescentar que esse contacto desfez muitos preconceitos contra os militares muito frequentes na sociedade. São pessoas como as outras. Com gente boa, competente e culta e outros que são o contrário disto.
Apareça sempre e comente que apreciamos os seus comentários.E não sou só eu!
 
Enviar um comentário



<< Home

This page is powered by Blogger. Isn't yours?