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2005-10-27

 

Soares

Mário Soares na apresentação do manifesto eleitoral, no Hotel Rtitz, em 2005-10-25.

Do Público de ontem seleccionei:

"Resolvi candidatar-me. Porquê? Porque as circunstâncias mudaram. Os desafios - numa União Europeia à deriva e sem rumo seguro - tornaram-se mais perigosos.

Aproveitando o descontentamento provocado por medidas impopulares, mas necessárias, está a surgir à direita, batida nas urnas, um certo messianismo revanchista e vozes, com peso político, que reclamam abertamente a subversão do regime constitucional, utilizando para isso a eleição presidencial.

Sou a favor das mudanças racionais que a experiência torne necessárias. Não sou, nem nunca fui, situacionista. E também compreendo, com todo o realismo, que o modelo social português não pode abstrair do grau de desenvolvimento do país.

O Presidente da República (...) é ainda, por assim dizer, o "ouvidor" dos portugueses, assegurando a voz das minorias, dos mais fracos, dos desprotegidos e dos excluídos.

Tenho condições únicas para evitar a crispação política e a grande conflitualidade social. Todos os portugueses sabem que, comigo em Belém, podem dormir tranquilos, passe a expressão, quanto às suas liberdades, direitos, garantias e haveres.

Sou pela estabilidade com solidariedade e sem exclusão. Isto é muito importante. Se o prof. Cavaco Silva vier dizer que é por isto, felicito-o.

Eu estou habituado a más sondagens. Não deixei de ganhar algumas eleições por isso. Também perdi outras. Ganhar e perder é próprio da democracia.

O meu lema é que só é vencido quem desiste de lutar.

Um desígnio nacional importante é explicar aos portugueses que eles têm que fazer sacrifícios para haver sustentabilidade do nosso sistema social.

Eu sei que tenho um laço afectivo com o povo português, mas há as novas gerações que não conhecem o meu passado. Quero discutir com os jovens, percebê-los, explicar as minhas ideias.

Vou percorrer o país inteiro a falar com pessoas, em pequenos e grandes grupos (...). Uma campanha de esclarecimento e de debate, mas também de afectos.

Para mim, o Presidente Bush não é um demónio. É apenas um Presidente da República que não tem servido bem os interesses dos Estados Unidos da América. É legítimo, não me fica mal, não vou destoar de 60 por cento dos americanos.

Comments:
Como já escrevi, o discurso de Soares surpreendeu-me pela positiva, pela sua clareza e conteúdo, especialmente se comparado com o vazio do de Cavaco.

Agora Cavaco mostrou que o peso da idade já se faz sentir... Os enganos. Os esquecimentos. As murraças na mesa... Longe do Soares de antigamente.
 
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