2005-11-15
Cavaco uma entrevista de silêncios
Cavaco Silva não disse nada. Nada de concreto. Apenas a repetitiva e demasiado simplória manifestação de intenções de que se candidatou porque julga que pode ajudar a um futuro melhor para os Portugueses. E disse e repetiu o tempo todo a mesma ideia.
Constância Cunha e Sá ( que esteve bem, tão combativa como com Soares, únicas entrevistas suas que vi) chama-lhe a atenção para a desnecessidade de explicar o óbvio e que nisso não era diferente de todos os outros candidatos.
Recusou-se a emitir opinião fosse sobre o que fosse, sobre Sócrates, o seu Governo, o orçamento de Estado.
Apertado pela jornalista respondia que já falou sobre isto e aquilo noutros lados, mas ali, onde tinha uma oportunidade de luxo para dizer o pensava não dizia. De concreto nada.
Confrontado com o passado recusava-se a sobre ele falar porque se candidatava só a pensar no futuro. "Aos portugueses o que interessa é como vou actuar e isso eu já escrevi no manifesto. Eu escrevi. Eu escrevi." A presunção "académica" de que na política vale mais o que se promete do que o seu cotejo com a prática e no caso de Cavaco, como com Soares, não lhe falta passado. Porque é desse cotejo que se poderá avaliar o candidato. Mas Cavaco não quer discutir o passado.
Nem o passado nem coisa nenhuma. Só aceita falar de cátedra. Sem questões. Sem interrupções. Sem contraditório. Isso Cavaco não aguenta. E quando percebeu que a Constança não lhe abria alas passou o tempo a falar, a falar mas cautelosamente sem se pronunciar sobre nada.
A entrevista terminou de forma muito elucidativa quando ele repetia eu escrevi, eu escrevi[no manifesto]
Constança - E daí não vai sair!
Cavaco - E daí não vou sair. E acrescentou, na esperança de que fique no ouvido do parolo: "Sou uma pessoa de palavra!"
Cavaco sabe que só o silêncio o pode salvar. Entrevistas sem dúvida mas de preferência sem som e sem imagem.
Comments:
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A intenção de Cavaco é falar o menos de tudo e fazer com que os seus apoiantes vão passabdo a ideia de que tem palavra e de que é um bom financista 8mérito não provado, pois deixou a economia portuguesa em amus lencóis e deixou o governo porque temia não conseguir as condições para entrar no clube do EURO.Nem era a derrota nas eleições que o fez sair de primeiro ministro, foi o não ter a certeza de como "bom aluno" europeu passaria no exame. Preferiu não arriscar a ter que se confrontar com o desaire e assim manteve a auréola de bom aluno
Ana Esteves
Ana Esteves
O Prof. sempre foi assim, até para apresentar a sua candidatura, esperou que os outros fossem os primeiros a expor os seus planos. Cautela com aqueles que agem pela calada...
Peço imensa desculpa, mas só agora vi o número de gralhas do meu comentário, pelo que vou repeti-lo.
A intenção de Cavaco é falar o menos de tudo e fazer com que os seus apoiantes vão passando a ideia de que tem palvra e de que é um bom financista (mérito não provado), pois deixou a economia portuguesa em maus lençóis. Deixou o governo porque temia não conseguir as condições para entrar no clube do Euro. Nem era a derrota nas eleições que o fez sair cena, foi a não certeza de que o "bom aluno europeu"passaria no exame.Preferiu não arriscar a ter de se confrontar com o desaire e assim manteve a auréola de bom aluno. Ana ESteves
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A intenção de Cavaco é falar o menos de tudo e fazer com que os seus apoiantes vão passando a ideia de que tem palvra e de que é um bom financista (mérito não provado), pois deixou a economia portuguesa em maus lençóis. Deixou o governo porque temia não conseguir as condições para entrar no clube do Euro. Nem era a derrota nas eleições que o fez sair cena, foi a não certeza de que o "bom aluno europeu"passaria no exame.Preferiu não arriscar a ter de se confrontar com o desaire e assim manteve a auréola de bom aluno. Ana ESteves
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