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2005-11-10

 

Fundo de pensões do BCP para a SS?

A pergunta feita pela oposição surgiu hoje no debate sobre o OE no Parlamento. Vai o Governo aceitar a transferência do fundo de pensões dos trabalhadores do Millennium-BCP para a Segurança Social?
Era um encaixe de 4 mil milhões de euros que aliviava o défice de uns cobiçados pontos percentuais do PIB de uma única penada. Tentador para o Governo, sem dúvida. Tanto interesse do BCP (como aliás do BPI) é caso que cheira a esturro. E não é para menos. O BCP dá às Finanças aquele saco de dinheiro? A troco de quê? Pois das responsabilidades com o pagamento das reformas dos 27.500 bancários do BCP, reformados ou ainda contribuintes daquele fundo.
Ora a longevidade tem aumentado, é necessário aumentar as provisões, o BCP fez as contas e... decidiu "ajudar" o Governo a resolver o problema do défice!
Por isso quando o ministro das Finanças explicava ao PCP que não havia negócio nenhum, mas que isso até demonstrava a confiança que o sector privado tem na Segurança Social do Estado a bancada do PCP e do BE riu a bom rir e com toda a razão. O àparte do ministro, com outras sensibilidades, era no mínimo hilariante.
Os trabalhadores do Millennium estão de acordo com o negócio. Pudera! o Estado é mais seguro que o banco da Opus Dei mas o Governo, se fizer a transacção que faça bem as contas para não sermos nós a pagar compromissos que, está bem de ver, serão bem maiores do que aquilo que o banco estimará. Senão não "ajudaria" o Governo. Além do mais a operação seria um grande estímulo para desleixar a resolução sustentável do equilíbrio orçamental.

Comments:
RN, aqui há jogada do BCP e não creio que do governo. O que eles querem (BCP)é dar agora ajudando e depois ver-se livre de compromissos futuros. Estes, não metem prego sem estopa!
 
Meu caro
Não tenho tido tempo para abordar esta questão que penso ser uma operação de melindre O Estado poderá negociar e aceitar mediante condições, não em função do défice, não faz sentido, mas em função de duas coisas:convergência de sistemas e porque mais sendo ou mais tarde vai ter de se confrontar com esta questão.
O problema está no negócio, pois entendo que para além da verba a transferir, devem ainda ser negociadas contrapartidas a satisfazer pela banca. Esta questão merece uma análise cuidadosa para não ficar o Estado a perder. Como se trata também de um negócio, há que sabê -lo fazer de forma equilibrada.
 
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