2005-11-29
A justiça pelas Mulheres
Portugal está a caminhar, segundo o DN desenvolve hoje no Tema do Dia, para uma situação em que a justiça será administrada dentro de algum tempo maioritariamente por mulheres. O número de juízas e de magistradas do Ministério Público tende, a prazo, não muito longo, a ser superior ao dos homens.
Desde 2004 que, nos tribunais de 1ª instância, o número de juízas já é superior e no CEJ- centro de estudos judiciais - este ano o número de entradas foi na relação de 4 mulheres para um homem.
Apesar deste fenómeno tendencial, os desequilíbrios são ainda muito vincados sobtretudo no topo das carreiras. Por exemplo, entre os juízes conselheiros (Supremo Tribunal da Justiça) que eram 73 (31/12/04) só havia uma mulher.
A questão que se coloca é esta: Será que a justiça exercida por mulheres será uma justiça diferente?
Há quem aponte para outra sensibilidade, como admite Boaventura Sousa Santos, o que não significa melhor ou pior justiça.
Mas Boaventura Sousa Santos vai mais longe e admite que as oportunidades profissionais continuam a não ser as mesmas, pois a "população feminina luta ainda em Portugal com uma organização muito patriarcal da sociedade, com preconceitos e inércias".