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2005-11-25

 

O 25 de Novembro de 1975 revisitado

30 anos depois, o 25 de Novembro de 1975 continua a ser objecto de curiosidade. A comunicação social e os estudiosos continuam a estudar, a interpretar e a reconstruir os "acontecimentos" ou o "golpe" umas vezes ao sabor de interesses políticos (cada vez mais esbatidos), outras vezes dos preconceitos, mas também de forma menos apaixonada e objectiva.
Uma boa entrevista ao historiador Josep Sánchez Cervelló, hoje no DN, pode ser vista [aqui].

Se tiver disponibilidade, amanhã colocarei on line uma entrevista que dei ao DN há 10 anos, em 1995, que revela coisas muito diferentes, algumas inéditas na altura, mas que tem uma interpretação dos acontecimentos que está próxima da de Cervelló que revela conhecer bem os factos.

A tese de "golpe" é uma ideia pobre e errónea. Para uns o 25 de Novembro de 1975 foi um golpe da extrema esquerda ou do PCP, para outros foi um golpe da direita contra-revolucionária. A explicação é com frequência interesseira e de má fé. E serve de um e outro lado para reivindicar para si a legalidade e encobrir as formas mais conspirativas do seu empenhamento no processo revolucionário (PCP, MFA gonçalvista e, mais ou menos vacilante, certa esquerda radical e/ou Otelista), no processo contra-revolucionário (direita e extrema-direita) ou no processo de contenção revolucionária, com vistas ao estabelecimento de uma democracia representativa (PS, MFA/Grupo dos 9).

Participei empenhada e directamente nos acontecimentos, como membro do CC do PCP, com responsabilidades no "sector" militar. Contabilizei uma derrota, então. Mas como já uma vez disse, num debate na SIC, para escândalo de antigos aompanheiros, não estou arrependido. Nem do empenhamento (as nossas circunstâncias!) nem da... derrota!

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