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2005-11-18

 

O Lobby dos professores

O Governo toma medidas para melhorar o ensino. Como reagem os sindicatos dos professores (não todos) ? Estão obviamente de acordo desde que não toquem nos interesses dos professores. E esses interesses serão todos legítimos?

Os sindicatos, uma das grandes conquistas da democracia permitiu a constituição de lobis que a par de legítimos direitos conseguiram para os seus filiados pequenos ou grandes privilégios menos bons para a comunidade nacional. Já não falo das situações de escândalo, de privilégios de deputados, autarcas, gestores públicos, que o Governo de Sócrates tem vindo a cortar. Refiro-me a grandes classes profissionais onde o poder reivindicativo e o fechar de olhos ou cedência à chantagem dos votos, de sucessivos Governos criou um clima de laxismo, irresponsabilidade e egoísmo de classe profissional. Magistraturas, médicos, farmácias, professores.
Os professores em greve sentem-se molestados porque o ministério quer diminuir as faltas dos professores e que nas escolas quando um professor falta seja substituído por outro e não deixem os alunos sem aula.
Para alguns sindicatos isto é um escândalo.



O Ministério:

"De acordo com este estudo TSF, [dos serviços de estatística do Ministério da Educação], num universo de 104 mil dos 124 mil professores do ensino pré-escolar, básico e secundário com turmas distribuídas houve 7,5 milhões de aulas que não foram dadas.

"Se o número foi extrapolado para os 124 mil professores, o número de aulas perdidas não fica longe dos nove milhões, ou seja, mais de nove por cento das aulas que deveriam ser dadas.
O secretário de Estado da Educação, Valter Lemos, realçou o facto de cada aluno ficar sem quase cem aulas anuais, «aulas que são obrigatórias no currículo».«A dimensão do problema é enorme em relação aquilo que é a expectativa. Cada aluno que tem menos cem aulas por ano fica subtraído a um conjunto significativo de aprendizagem e ninguém de boa fé acreditará que isto não tem impacto nos resultados escolares»... «Pelos dados que tem visto noutras áreas da Administração Pública» o número de faltas dos professores «é bastante» maior».



E a FENPROF e a sua a linguagem sui generis :

Augusto Pascoal: «A divulgação num dia como hoje destes dados revela bem a natureza desta equipa, que revela quase ódio aos professores».
«Há que denegrir cada vez mais a imagem do professor. Por esse motivo, esta greve também se justifica»... «atitude anti-negocial, arrogante e desmedida desta equipa ministerial»,

A CONFAP (Confederação das Associações de Pais):
" revelou que os Conselhos Executivos de algumas escolas chegaram a «chamar por altifalante o professor que estivesse de serviço para uma determinada sala porque falta um professor. «Isto é verdadeiramente inqualificável e não abona nada em favor dos Conselhos Executivos. É por isso que as escolas se têm de saber organizar enquanto espaço de trabalho para assegurar as orientações da tutela», explicou Albino Almeida.
Em declarações à TSF, Albino Almeida falou também dum caso de uma escola do Norte do país, onde os professores estão a incentivar os seus alunos a faltarem às aulas" [TSF]

O projecto de protocolo proposto pelo ministério da Educação à FENPROF pode ser visto aqui [link]



Relacionada com esta matéria o CC informa: "Havia 10 mil professores que acumulavam funções docentes com outras funções docentes e não docentes, públicas e privadas. É injusto que se procure aprovar um regime que defina incompatibilidades e impedimentos a observar pelos docentes quanto ao exercício de outras funções? Além de introduzir uma maior moralização do sistema em vigor, não permitirá tal regime a entrada de novos docentes no sistema de ensino e formação?"



E por fim lembrar que muitos professores provavelmente a grande maioria, são profissionais esforçados e interessados nos alunos e no seu país. E observar que alguns sindicatos podem ser excelentes lobistas mas são também um travão excelente ao progresso.

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