Pela Ota alinhou o ministro das Obras Públicas, eng Mário Lino mais o presidente da TAP eng Fernando Lima. Contra a Ota alinhou o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, eng Carmona Rodrigues, o professor catedrático do IST, especialista em transportes , eng José Manuel Viegas e a partir do Porto, para dar um toque bairrista, o presidente da AEP eng Ludgero Marques.
Para que o espectáculo não descambasse numa conversa de engenheiros, com "assíntota" para aqui e "assíntota" para ali, Fátima Torres Campos metia, de vez em quando, uma colherada.
O resultado foi esmagador para a equipa do governo. Assim como alinhar de um lado o Benfica (nos seus melhores tempos!!) e do outro lado a equipa da sociedade recriativa "Todos à Bola e Fé em Deus".
Não porque os jogadores desta não fossem de elevado gabarito mas porque o Professor, seduzido talvez pelos estudos da apresentação pública do projecto feita pelo Governo, tinha mudado entretanto de opinião e rematou mais para a própria balisa do que para a do adversário.
E porque Carmona Rodrigues não conseguiu alinhar nenhum argumento consistente contra o projecto. Envergou a camisola de presidente da câmara de Lisboa e com argumentos de "porque sim" passou o tempo a "defender" com manifesta falta de convicção interesses bairristas.
E ainda porque Ludgero Marques apenas defendia o aeroporto Sá Carneiro porque este é do Porto e apenas atacava a localização da Ota porque esta não era no Porto.
Fernando Pinto que ainda há pouco tempo não tinha opiniões sobre a Ota jogou ao ataque e meteu golos.
O ministro, para que não ficasse pedra sobre pedra do edifício demagógico-argumentativo de Carmona lançou-lhe, perto do fim, um míssel de cruzeiro que o deixou, não direi totalmente pulverizado mas com uma comovente tristeza estampada no rosto.
Vou ler uma declaração feita na Assembleia da República - anunciou o ministro em tom que se diria amigável:
"O projecto de construção do novo aeroporto não foi abandonado e a sua localização não está em causa. O novo aeroporto da Ota estará em condições de entrar em operações em 2015-2016 momento a partir do qual o aeroporto da Portela atinge níveis de saturação."
"Isto foi dito - acrescentou, quase fraternal, Mário Lino - por Carmona Rodrigues, quando ministro das Obras Públicas no Governo de Durão Barroso."
Para quem, como Carmona Rodrigues, tinha passado o tempo todo a dizer o contrário disto (sem argumentos) a revelação desta sua pretérita e afinal imprudente declaração ministerial teve o efeito de uma bomba atómica. Eu, que ainda não li os estudos e não sei se a Ota é a melhor opcção, sentia-a como manifesta falta de piedade.
# posted by Raimundo Narciso @ 01:12