2005-11-30
Que futuro para o Modelo Social?
Comecemos por ser mais precisos. Na Europa não há um só modelo social. Há vários e pelo menos dois bem distintos: o nórdico e o continental (francês/alemão). Mas analisados por países/grupos de países os modelos têm nuances bastante diferenciadoras.
A questão é que mais nuance menos nuance, estão todos em crise. Mesmo o modelo português que é de uma pobreza franciscana está em risco e algumas medidas estão a ser tomadas (diz-se) no sentido de o "salvar".
Todos deveríamos estar cientes desta realidade e com algum pragmatismo encontrar saídas a tempo.
É preciso um forte debate, mas depois concertar posições na confluência de medidas acertadas.
O anúncio de medidas gravosas para a sociedade alemã do novo governo alemão, como aumentar o tempo de trabalho dos funcionários públicos, reduzir-lhes o aubsídio de férias e aumentar a idade da reforma para 67 anos, não é um bom indicador dos anos que nos esperam. Se um país tido como o motor da Europa, "gripado" há algum tempo é certo, precisa de medidas deste teor, o que vai acontecer aos outros, excepção eventual aos nórdicos que começaram a agir mais cedo e a operar transformações de fundo nesta matéria.
Mas os modelos existentes foram esboçados noutro contexto, uma outra demografia. Esta mudou veio o envelhecimento e os respectivos custos sociais e não houve a tempo os ajustamentos devidos.
Por outro lado, a gestão do Estado em todos os países não tem sido benéfica para este novo contexto. Tem-se processado no sentido de consumir cada vez mais recursos, sem proporcionar à sociedade, em contrapartida, mais e melhores produtos e serviços.
Daí esta grande e grave encruzilhada em que nos encontramos e sobre a qual urge agir.