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2005-12-10

 

Até que enfim, - um debate!



Finalmente: um debate!


O debate de ontem, entre Cavaco Silva e Francisco Louçã foi, de facto, o primeiro debate. Quer dizer, apesar de ter sido o mais recente, passou à frente dos anteriores pelo interesse e pela qualidade.

As questões colocadas pelos jornalistas em estúdio tiveram a inteligência de favorecer a diferenciação das posições. Os temas, actuais e ligados a algumas das nossas maiores preocupações.

As frases do debate:

Cavaco Silva [acerca da corrupção]: «A corrupção existe em Portugal porque há relatórios internacionais que divulgam estudos sobre a corrupção e Portugal está lá mencionado»

Francisco Louçã:[Acerca das tomadas de posição sobre a guerra do Iraque] «Um político pequeno, fica calado; um político grande, - não. Não permite que uma mentira se transforme na barbárie!»


Comments:
Bem observado. Sucinto e directo. Na primeira frase está estampada a deformação profissional de muitos técnicos. As coisas existem porque são mencionadas nos relatórios. No segundo caso, Louçã estava, com certeza, a pensar na grandeza de Mário Soares. Nesse e noutros aspectos Cavaco é, de facto, um «político pequeno». Foi um bom debate para Soares.

WatchDog
 
Não há duvida que foi o primeiro debate.

Porque se Cavaco é de direita e os outros são de esquerda, o que transparece é que Cavaco, soares e Alegre são apoiantes do actual governo, e Louçã e Jerónimo são criticos.

Porque Cavaco com um adversário como Louçã não pode fingir que percebe muito de economia, pois tem ao seu lado alguém muito melhor preparado.

Porque existe uma diferença clara entre palavras e retórica, e uma pessoa como Louçã que apresenta factos, números e conhece os relatórios existentes.

P.S. Os meus muitos amigos que ainda hesitavam entre Alegre e Louçã, espero que comparando este debate o a cavaqueira do outro dia, percebam quem realmente representa a esquerda moderna e combativa.
 
Pedro Farinha: quem como diz "representa a esquerda moderna e combativa" é quem na sua declaração e no seu manifesto de candidatura, nem uma única vez sequer menciona as palavras "esquerda", "direita", "25 de Abril" ou até "Constituição da República Portuguesa". É ainda quem andou pelo menos durante dois anos a desdenhar de qualquer possibilidade de candidato da área do PS poder reunir logo na primeira volta o voto de toda a esquerda, pese embora o facto de há dez anos, toda a esquerda logo na primeira volta ter votado Sampaio que ganhou por...53,91%.

Parece-me portanto que o "programa" do Louçã para a Presidência da República está, logo à partida, bastante diminuído, pois se nem reconhece a maior herança da nossa revolução...a nossa Constituição.

Desta vez, todas as áreas de esquerda têm os seus candidatos: o PS o Soares, o PCP o Jerónimo e o BE o Louçã e os que não se reconhecem em nenhum destes têm ainda o Alegre. O que me parece francamente saudável é que cada um vote no candidato do seu partido e os independentes que votem no candidato da sua simpatia, mas que expressem a sua escolha votando num candidato. Só isso pode levar a derrotar o Cavaco, desta vez na segunda volta.
 
Penso que a Margarida não leu atentamente os documentos que refere, porque o 2º. parágrafo da Declaração de Candidatura, faz referência ao 25 de Abril e a palavra "esquerda" aparece mencionada por diversas vezes nos documentos. Quanto à Constituição da República, não restam dúvidas sobre quem a "defende com unhas e dentes" e quem a simula defender.
Há 10 anos o Povo Português acreditou que Jorge Sampaio seria o garante da Constituição e a "tábua de salvação" para os ataques constantes aos direitos dos trabalhadores, por isso confiou nele à primeira. Neste momento o Povo Português não tem essa certeza, nem em Soares, nem em M.Alegre.
Mais uma vez tenho que dizer que a Margarida não leu atentamente nem o Manifesto nem a Declaração de Candidatura, pois esses documentos contêm os motivos bem como os propósitos da mesma, para além de referirem todas as áreas em que o P.R. pode e deve intervir, e, ainda, a forma como Louçã o pretende fazer.
Quanto ao seu último parágrafo, aceito, a partir de: "...votem no candidato da sua simpatia, mas que expressem a sua escolha votando num candidato. Só isso pode levar a derrotar o Cavaco, desta vez na segunda volta".
 
Concedo que na declaração de candidatura está a palavra “esquerda” e “25 de Abril”. Mas só na declaração de candidatura, no Manifesto são omissas. E em ambos são omissas ainda as palavras “direita” e “Constituição da República Portuguesa”. E o Manifesto é o programa da candidatura do Louçã.

Parece-me falacioso dizer que quem nem sequer tem tomates para mencionar a Constituição, seja quem a vá defender “com unhas e dentes". Pois que se não a menciona ou é porque a acha no mínimo irrelevante ou porque está de pé atrás. De alma e coração com a Constituição é que não está de certeza absoluta...

Há dez anos o Sampaio foi eleito porque o Jerónimo na véspera das eleições (e depois de ter feito uma intensíssima campanha eleitoral por todo o país denunciando as malfeitorias de Cavaco e o perigo da sua candidatura) desistiu e apelou ao voto a favor do sampaio. E assim o Sampaio foi eleito e só com 53,91%. Foi quase à pele, sem a desistência do Jerónimo nunca seria eleito logo à primeira.

Dez anos depois, estamos numa situação em que há esquerda há quatro candidatos: o do PS (Soares), o do PCP (Jerónimo), o do BE (Louça) e o Alegre. Sabemos que os quatro vão até ao fim. Por isso o importante agora é cada um mobilizar o eleitorado para irem votar neles - repito, expressamente nos candidatos - e também explicarem às pessoas que nestas eleições votos em branco, nulos e abstenções são votos absolutamente perdidos.

Como disse antes, acho redutor e extremamente pobre do ponto de vista democrático o programa do Louçã. Economistas competentes nunca nos faltaram, mas exerceram essa competência na aplicação de medidas neoliberais. O que precisamos é de um PR competente na defesa da aplicação da Constituição da República Portuguesa, a tal Constituição que cuidadosamente o Louçã nem menciona quer na sua declaração quer no seu manifesto.
 
E ela a "dar-lhe".....
Como se fosse necessário invocar constantemente a Constituição para poder estar de acordo com ela!!!
A Declaração e o Compromisso de Candidatura do Jerónimo não referem uma única vez a palavra "proletariado" nem a expressão "classe operária", mas não é por isso que vou dizer que ele a renega.
Tenha juízo e seja coerente naquilo que diz.
 
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