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2005-12-15

 

Jerónimo - Louçã

As caras
Louçã: descontraído, radiante, olhar franco de quem não antevê a mais remota dificuldade, exibe grande proximidade de ideais, muito amigo.
Jerónimo: apreensivo, aguarda o pior, olha de soslaio, repudia qualquer gesto de amor, Louçã é totalmente diferente, enxota-o.
Os porquês
Louçã tem no eleitorado do PCP uma fonte importante de crescimento. E acena-lhe. Eu admiro os comunistas (o Lino de Carvalho, o João Amaral) vá lá! É só um passinho. Não custa nada.
Jerónimo que não espera, e com razão, que ninguém do BE lhe vá cair nos braços mostra intransponíveis diferenças.
Que disputavam? A Presidência da República? O crescimento dos seus partidos.

Comments:
No debate de hoje, o Louçã mostrou estar tão à rasca que para ganhar uns votitos até invocou dois comunistas mortos. Maior infâmia é impossível. O gajo não presta mesmo!
 
E esta infâmia não foi a única. Para se safar dos ziguezagues em que tem vindo a empatar a despenalização do aborto - antes das eleições quer a lei, depois das eleições quer o referendo - ousou acusar o PCP de ter duas posições sobre o referendo, quando o PCP NUNCA abdicou do princípio de o Parlamento ser o local para a resolução da questão. Faz as asneiras e nunca as assume. É completamente populista, irresponsável e poltrão.
 
Repara só que estes dois, agora, disparam em formato "cópia" (e tipo "spam"), com os mesmos textozinhos combinados, para o teu e o meu blogue. Estamos marcados, pá. A vigilância contra-revolucionária não dorme. Temos que os aturar, já que eles estão unidos e organizados, não é? Aturemos, então. João Tunes
 
João Tunes: não é a primeira nem a segunda vez que deve ter encontrado comentários meus por aí. Gosto de espreitar alguns blogues, quando entendo comento (só nos que não têm censura prévia, nestes por uma questão de princípio passo à frente).

Mas francamente não entendo esta concepção de "quintalinho" que o João tem sobre os blogues, quase como se se devesse pedir licença para entrar em casa alheia. Para mim um blog é um espaço público que se deve usar como qualquer espaço público, com urbanidade e liberdade. E assim irei continuar a fazer, João Tunes.
 
Pois é... Também reparei que o objectivos dos dois era mais o de defender (PCP) e conquistar (BE) eleitorado do que qualquer eleição à presidência...

No discurso de dirigentes do PCP nota-se sempre uma posta defensiva quando enfrentam alguém do BE, enquanto que estes se contêm sempre, evitando hostilizá-los (deve ser uma estratégia definida centralmente).

Por mim, acho que a inclusão do PCP no BE seria benéfica para a democracia e até para o próprio PCP (que precisa de alguma moderação).
 
O RN e o RM convergem em dois pontos: ambos usam em relação ao PCP imagens e termos negativos e positivos quando se referem ao BE e ambos reduzem as disputas presidenciais a disputas inter-partidárias.

Isto, não significa que o que RN diz não corresponda ao que viu. Só que eu gostava que se analisasse com mais alguma consistência porque é que pela primeira vez na sua história (longa, de 84 anos) o PCP apresenta o seu SG nas presidenciais e se isso não indicia a sua preocupação face à situação política nacional.

Sem querer levantar “papões” eu sugeria que fossem ambos ao site do Cavaco, que olhassem atentamente para a Comissão Política da sua candidatura e as forças que nela (e também na sua Comissão de Honra), estão.

Talvez então percebam porque é que para mim (e certamente para muitos apoiantes de Jerónimo), o objectivo que queremos atingir em 22 de Janeiro não se situa no campo estritamente partidário, é antes o objectivo nacional de derrotar o candidato da direita obrigando-o a disputar a segunda volta.

É que se há dez anos atrás esse objectivo foi atingido, em grande parte foi-o com o esforço, a determinação e a inteligência política da candidatura de Jerónimo que se retirou na véspera do escrutínio apelando à votação em Jorge Sampaio.

Essa derrota pesada de Cavaco foi estudada pelas forças que então como agora o querem pôr na Presidência da República. Não lhes faltou tempo nem meios para “comporem” um campo (de batalha) mais favorável do que há dez anos e é essa a grande diferença: é que agora, o campo da esquerda está fragmentado, com pesadas responsabilidades do PS (com dois candidatos) e do BE (que torceu o nariz a apoiar qualquer dos putativos candidatos do PS sugeridos).

Perante esta alteração radical, perante o que ainda ontem disseram dirigentes do PS (Vitorino, António Costa, Jorge Coelho) acha mesmo o RN que há melhores razões para se estar descontraído e radiante ou apreensivo? Eu o que lhe digo RN, é que fico ainda mais apreensiva, quando percebo que até um objectivo nacional - o obrigar Cavaco a ir à segunda volta - é assim amesquinhado por um militante socialista, que pelos vistos não está nada apreensivo.
 
Toma lá Raimundo, para não andares a namorar o voto da Margarida. E para te acabar com o resto, cito-te do último “Avante”: ”há um candidato - um acima de todos - cuja eleição interessa, acima de todas, aos grandes grupos económicos e financeiros que nele jogam todos os trunfos de que dispõem: Cavaco Silva; e há um candidato – apenas um – cuja eleição, ou mesmo a obtenção de uma votação expressiva, é vista, por esses mesmos grupos, como coisa intolerável: Jerónimo de Sousa.”. Não hesites, deixa lá o Soares, candidato contra Cavaco há “apenas um” - o Jerónimo e mais nenhum. Nota: E aprende que a Margarida não dura sempre – o PCP tem 84 anos! (portanto, ainda mais velho que Soares). Sabias, por acaso, quando tinha sido fundado o PCP? (ai, as coisas que a Margarida sabe e ... nos ensina!). Abraço. João Tunes
 
A verdade é que todas as sondagens e estudos que eu li, apontam para que o número de votos de Cavaco seja inferior com os 4 candidatos da esquerda a concorrerem separados, face a cenários em que algum deles desistia.
Quanto ao papão da vitória de Cavaco e dos grupos económicos que o apoiam, penso que é escusada, o nosso regime não potencia decisões de ordem executiva a mando do PR. Aliás, Cavaco, de cada vez que fala (é verdade ele às vezes fala) é para dizer que apoia o Governo em tudo e em prol da estabilidade.

Relativamente ao debate em si, Jerónimo, como é apanágio dos comunistas, fica sempre tenso quando sente que pode ser posto em causa como sendo a verdadeira esquerda. O sectarismo primário, apenas ultrapassado pela Odete no debate que se seguiu na SIC notícias é confrangedor. É que o facto de existirem várias candidaturas de esquerda, que representam correntes ideológicas e formas de estar na vida e na política diferentes, não significa que não existam objectivos comuns e convergências. Era bom para a derrota de Cavaco que tal fosse evidenciado.
 
Para o Pedro Farinha reflectir: Comparando as duas sondagens feitas pela Eurosondagem, publicadas no Expresso (em 12/11 e em 17/12) sobem Cavaco (+2,9%), Soares (+2,4%) e Jerónimo (+0,1%) e descem Alegre (-4,4%) e Louça (-1,4%);

Cavaco teria 55,5%; Soares 20,4%, Alegre 12,5%, Jerónimo 5,7% e Louça 4,8%.
 
Eu sei Margarida, eu estava a falar das primeiras sondagens em que se falava do número de votos que Cavaco teria se porventura algum dos candidatos de esquerda desistisse.
A verdade é que nessas sondagens, Cavaco subiria sempre que algum dos outros desistisse.
No entanto, e independentemente dos votos irem para MS, MA, JS ou FL, qualquer voto que não seja em Cavaco é fundamental para que haja uma segunda volta. E nessa altura, creio que, todos apoiaremos o mesmo candidato.
 
Pedro Farinha: eu já disse por aqui que estou-me marimbando para as sondagens, nunca as invoquei para defender pontos de vista e se trouxe agora as da Eurosondagem era para que reflectisse (você que pelo que disse as leva a sério) que mais importante do que o que atribui aos quatro era o facto de atribuir 55% ao Cavaco.

Há dez anos o Cavaco face ao único candidato da esquerda foi derrotado, não por muito, pois que o Sampaio ganhou por 53,91%.

Os cavaquistas tiveram dez anos, muitos think-tank's e muitos meios para comporem para esta re-investida do Cavaco um melhor cenário. E terá que me conceder que de facto pelo menos é muito melhor para o Cavaco defrontar quatro candidatos em vez de um único...

Desta vez, o Cavaco já sabe que pelo menos não é batido na primeira volta. Desta vez ele partiu para esta disputa só depois de ter a certeza que tinha quatro opositores no terreno. Desta vez, só por isto mesmo ele já partiu com vantagem.

Agora que as coisas são o que são, que há quatro candidatos mais um (pelo menos), o que importa é que cada candidato consiga captar além do seu, o eleitorado que anda para aí desorientados com as medidas que o governo vem tomando, e lembrar a essa gente que quando foi PM, o Cavaco tomou medidas idênticas e que portanto votar Cavaco é votar nessas medidas que o desgostam.

Francamente que não acho que haja qualquer virtude em haver quatro candidaturas, mas elas existem e que pelo menos sirvam para derrotar Cavaco na primeira.

E já que começámos pelas sondagens, que pelo menos elas nos dêem a humildade de pensar que lá porque há quatro candidaturas isso não significa que a do Cavaco não vá à frente. Parece que por enquanto vai à frente, pelo que dizem as sondagens em que o Pedro acredita.
 
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