José Manuel Barroso, que ao entregar o governo a Santana Lopes, trocou Lisboa por Bruxelas, resolveu deixar a sua identidade pessoal em Lisboa, pois agora não estima que o tratem por Durão Barroso. Façamos-lhe essa vontade!!!.
O José Manuel Barroso de agora não tem tido dias bons na vertente europeia.
As críticas sobre os seus primeiros meses de Presidência da UE continuam na ordem do dia, designadamente em termos de se reconhecer que a sua influência é pouco notada. Ele, de facto, não exerce verdadeira influência, aquela influência precisa em circunstâncias e negociações chave.
É o que se está a passar nas perspectivas financeiras 2007-2013, em que ele próprio reconheceu não está a par da proposta de Blair, o que quer dizer muita coisa.... Nem a foto das Lajes a quando da guerra do Iraque lhe rendeu dividendos. Até parece que as anedotas de então tinham mesmo muito de realismo.
Como diz sempre um amigo meu, com muito humor, nestas circunstâncias "quando não se tem "força/crédito" há que levantar a voz, de preferência em tom enrouquecido". Mas também parece que esse não é um dos seus predicados.
Levantou a voz contra Blair, mas de forma um tanto vazia, e talvez não pelo meios mais oportunos e de influência continua nada.
Esta não é uma situação de regozijo, pois a UE encontra-se numa situação tensa e grave e não são positivas Presidências fracas e sem iniciativa - uma fragilidade pós Delors.
Era excelente para a UE que a próxima Cimeira fosse conclusiva nesta matéria. Mas as sombras são muitas....
Blair mostra sinais de alguma cedência no cheque britânico, apesar das críticas da oposição e da imprensa britânica. Agora de França é que não se vislumbram cedências mínimas no seu cheque agrícola.
E José Manuel Barroso, no seu enfeudamento a Chirac, tem de se colocar ao seu lado e daí ter engrossado a voz contra Blair, mas sem a saber tornar rouca.
# posted by Joao Abel de Freitas @ 10:51