.comment-link {margin-left:.6em;}

2005-12-08

 

Mário Soares - Jerónimo de Sousa

Um encontro de aliados (mal) disfarsado de combate só pode dar uma hora de tempo perdido.

Cavaco impôs um formato que lhe permite evitar o debate de ideias e o confronto de objectivos das diferentes candidaturas.

Apenas um momento mais animado merece referência, aquele em que os candidatos foram interrogados sobre as políticas do Governo.

Soares apoiou as medidas de austeridade fundamentando-as na necessidade de defender o Estado social europeu, a sustentabilidade da Segurança Social.

Jerónimo de Sousa aproveitou este momento de oiro para, muito justamente, denunciar o "ataque intolerável aos direitos e aos rendimentos dos mesmo do costume". E exemplificou com as grandes lutas e greves dos... trabalhadores, dos operários, dos camponeses, dos trabalhadores mais mal pagos dos serviços, dos desprotegidos, dos emigrantes, dos marginalizados? Não. Jerónimo de Sousa deu dois exemplos. Só dois exemplos! As lutas ou greves dos oficiais das forças armadas e dos juízes.

O partido revolucionário da classe operária, de Jerónimo de Sousa, sofre com a perda de privilégios de "camadas da burguesia" que ganham 5 a 20 vezes mais do que os trabalhadores que é suposto representar. Pagos, nomeadamente, pelos impostos da "classe operária".

Que dirá Cunhal, lá do Alto, a observar este comunismo de sociedade recreativa!

Comments:
O RN também não ouviu o Jerónimo falar dos funcionários judiciais? Esteve distraído, não ouviu bem ou às vezes também faz de árbitro que engoliu o apito?
 
Pronto, está resolvida uma parte do enigma - o "Margarida", antes de ser um funcionário do PCP, foi "operário judicial". A pouco e pouco, lá nas vésperas do voto, ainda se vai saber quem é o "Margarida".
 
Também fiquei muito sensibilizado pelo apoio à luta dos "mesmos de sempre", mau foi o exemplo do camarada Jerónimo ao citar a luta dos Juízes!
Até me vieram as lágrimas aos olhos!
 
Concordo com a expectável clarividência do post.
 
Oh Margarida você ficou mesmo sem argumentos! Vá esforce-se um pouco mais!
Há uma coisa que me esqueci de dizer é que Mário Soares chamou de conversa reaccionária (aí o Jerónimo falhou) àquela frase sibilina do patético presidente do Supremo Tribunal de Justiça de que "os políticos passam e os juízes ficam".
 
A Margarida (camarada a quem foi distribuida a tarefa de intervir na blogoesfera em nome do partido) tem demonstrado uma enorme falta de argumentação. Está a desenpenhar muito mal a sua tarefa.
- Já reparou que, como diz o povo, o pior cego é aquele que não quer ver?
Olhe que o controleiro está à espreita, e quando fizer o relatório não poderá esconder aquilo que é uma clara evidência. Ou será que continua?
Não se esqueça de uma coisa: "foi visto" que a(o) camarada tinha de estar mais atenta(o) e, claro está, estudar mais os assuntos.
- Não me venha dizer que pretenderá continuar a ignorar a realidade?
 
Mas infelizmente somente este comunismo mais mediático tem revelado algum sucesso... Veja-se o sucesso do BE e até dos últimos resultados do PCP. Este mundo cada vez mais volátil e pouco profundo impõe as suas regras à política e até os maiores idealistas se vergam a esta transitoriedade que resulta em primeiro lugar dos baixos níveis culturais da nossa população.
 
Para debate, foi realmente muito concordante. Sugiro que em futuros debates do género, se crie um cenário mais intimista, tipo bica-bagaço. Será mais condizente com a natureza da conversas de compadres...
 
disfarsado ?
disfarçar, do castelhano disfraçar
 
"disfarsar" provém de farsa? ou é engano?
 
disfarsar, bem como farsar, não existe.
 
O Anónimo da 11:59 e o Miguel Eduardo pensam que os funcionários do PCP não têm nada mais importante para fazer do espreitar as caixas de comntários dos blogues?
Relativamente ao post, é fácil deturpar uma frase, retirando alguns elementos do contexto e alterando o sentido do que se disse.

José Manuel
 
Porque estou na hora do patrão, terá que ser rápido. É só para lembrar que me limitei a perguntar ao RN se "Esteve distraído, não ouviu bem ou às vezes também faz de árbitro que engoliu o apito?", a propósito dele não ter mencionado o exemplo dos funcionários judiciais, alegadamente um dos grupos muito privilegiados...

E também ao Miguel Eduardo, esteja à vontade em cascar-me, mas s.f.f. deixe o PCP em paz. É que essa da malta do "comunismo" sermos uma cambada que só se mexe se fôr mandada é um bocadinho ultrapassada. Acredite Miguel que há muita malta como eu que também gosta de mandar uns bitaites por auto-iniciativa. Mal ou bem. Mas deixe s.f.f. em paz quem não tem nada a ver com o meu activismo.
 
Obrigado às visitas de identidade disfarçada que tiveram a amabilidade de apontar o dedo ao insidioso s que tentou disfarçadamente passar por ç.
Os comentadores são todos muito bem-vindos mesmo que digam coisas mais acertadas que eu ;))
Quanto ao assunto do apito que felizmente não era dourado, o que seria maior prejuízo, tenho a dizer o seguinte: confirmo que ouvi o Jerónimo de Sousa juntar aos juízes os funcionários judiciais. Disse greves ou lutas, não sei ao certo, e referiu oficiais das forças armadas, juízes e funcionários judiciais. Mas cara Margarida e caro José Manuel isso altera algo de essencial à conclusão ou pode ser entendido como uma deturpação por frase retirada do contexto? O que parece cristalino como água é que, apoiar tais lutas e (ingénuamente)citar tais exemplos se insere na táctica do vale tudo quando é para atacar o governo (seja ele qual for, faça ele o que fizer, desde que não tenha a participação do PCP)atacar mesmo aquilo que favorece a (suposta!) base social de apoio própria. A isso dá-se o nome de oportunismo político. E, no caso, um oportunismo simplório que cai logo na esparrela de citar os exemplos que mais o desmascaram.
O José Manuel já agora poderia ter a fineza de nos explicar o verdadeiro sentido da frase que diz eu ter deturpado.
Por fim, para corresponder à vossa simpática contribuição ideológica disponho-me a alterar o final para: Comunismo de colectividade recreativa."
 
Parece-me que afinal para o RN, o “mal” do Jerónimo foi (em vez de ter sacado da K7), ter respondido às questões dos entrevistadores.

Pergunta-me agora se o facto de afinal se lembrar de ter ouvido que o Jerónimo mencionou também os funcionários judiciais altera algo à conclusão. Penso que pelo menos devia alertá-lo para o facto de todos nós ouvirmos melhor o que queremos ouvir do que o contrário.

E já agora, sem querer abusar lembro-me que nas lutas do pessoal da justiça e das tropas vi por lá muito depoimento de muita gente que seguramente não estará no rol dos privilegiados. E que não ganha o salário do Constâncio (19.473 euros e 43 cêntimos), nem do Carlos dos Santos Ferreira (29.611 euros e 59 cêntimos), nem do Pedro Serra (15.979 euros e 90 cêntimos) nem do Fernando Pinto (13.635 euros e 22 cêntimos).
 
Caro RN: No meu modesto entendimento o que foi colocado, relativamente às medidas do Governo na AP (mas não só)tem a ver com o conteúdo e com a forma (ou método)como o Governo abordou estas questões. E o que Jerónimo de Sousa colocou foi que para criar um ambiente político favorável desencadeou uma verdadeira campanha demagógico-mediática misturando meias-verdades com mentiras (como dizia o Aleixo), não hesitando mesmo com a calúnia e o insulto aos funcionários e agentes da AP desde a base até ao topo. Qual é o resultado de fazer passar uma mensagem de que todos os funcionários e agentes da AP são malandros, incompetentes e culpados por todos os males do país? Naturalmente que quem é assim caluniado reaja. O resultado final é contraproducente porque os maus funcionários (existem todos as profissões)continuam na mesma e os bons funcionários (que são a larga maioria) sentem-se humilhados e ofendidos (desde os juízes aos funcionarios judiciais).Este é contexto em que foi dita a referida frase.
O problema deste Governo é essencialmente esta falta de ética e de decência.

cumprimentos

José Manuel
 
Margarida: compreendo que tenha ficado incomodada com o que digo no post. As verdades custam. Na sua última intervenção faz o reparo de que nas lutas do pessoal da Justiça (juízes incluídos) e dos militares havia gente que não estava no rol dos privilegiados. É precisamente por isso que dá nas vistas Jerónimo referir-se a Juízes e oficiais em vez de se referir ao proletariado e, vá lá, também a esses que refere, da classes média.
Quanto ao José Manuel não deu resposta ao que lhe pedia: justificasse a afirmação que fez:
"Relativamente ao post, é fácil deturpar uma frase, retirando alguns elementos do contexto e alterando o sentido do que se disse." Respondeu com outro assunto:
"O que Jerónimo de Sousa colocou foi que [o governo]para criar um ambiente político favorável desencadeou uma verdadeira campanha demagógico-mediática misturando meias-verdades com mentiras (como dizia o Aleixo), não hesitando mesmo com a calúnia e o insulto aos funcionários e agentes da AP desde a base até ao topo. Qual é o resultado de fazer passar uma mensagem de que todos os funcionários e agentes da AP são malandros, incompetentes e culpados por todos os males do país?" e que "O problema deste Governo é essencialmente esta falta de ética e de decência." Palavras suas.
Caro JM percebe-se da sua conversa que está muito zangado com o Governo e por isso acusa-o de coisas que não existiram e mais parecem um juizo delirante. Desafio-o a dizer que governante, quanto e onde, proferiu:
1) "calúnia" e "insulto" a "funcionários e agentes da AP desde a base até ao topo"
2)"mensagem de que todos os funcionários e agentes da AP são malandros, incompetentes e culpados por todos os males do país?"
Meu caro José Manuel desafio-o a dar-nos um, só um exemplo dessas suas inconsistentes afirmações.
O que o Governo fez, com um largo período de transição, suavemente, foi pôr fim a uma situação de gritante desigualdade entre os portugueses trabalhadores do sector privado(quase todos os operários! e os camponeses, e a maioria dos empregados) e os trabalhadores do Estado.
Meu caro JM não havendo possibilidade (ou há?)de igualar por cima e havendo necessidade de evitar a bancarrota do Estado (com a segurança social, a saúde, o ensino) as medidas de austeridade tomadas são necessárias e justas do ponto de vista da defesa do Estado Social. Ou acha muito bem que uma pessoa por ser trabalhador do Estado e que tenha tido os mesmos salários ao longo da vida que um do privado tenha, só por ser empregado do Estado, quase o dobro da reforma daquele? E que para isso lhe cheguem 36 anos de serviço e áquele se exijam 40. E aquele se possa reformar aos 60 anos e este só aos 65? Para já não falar na saúde mais barata, e nesse outro tão cobiçado privilégio, a segurança nemprego. Você é, certamente, trabalhador da Administração Pública, naturalmenmte não tem que estar contente, é compreensível, mas não tem razão.
 
Não RN, o meu “incómodo” não é com o que diz, é outro: é que eu gosto de ser precisa e concisa no que digo e como não gravei o debate, não tenho presente as exactas circunstâncias do mesmo, mas tão só a ideia de que a discussão se travava à volta das medidas do governo em torno da Administração Pública.
Ora no âmbito desta questão o que o Jerónimo tem denunciado é a actual campanha de descrédito dos trabalhadores da Administração pública que pretende fazer deles não só os bodes expiatórios das dificuldades do país, como até uma “casta” especial de privilegiados que é necessário pôr na ordem. Daí ter sido apropriada a referência que o Jerónimo fez concretamente aos juízes, oficiais e funcionários judiciais, como também seria apropriado se se referisse aos profissionais da saúde e da educação. Mas no entendimento do RN o Jerónimo devia-se ficar pelo proletariado e não meter o bedelho no funcionalismo público. Ora para esta "divisão de tarefas" o Jerónimo não está virado, mas sim para defender quem quer que esteja debaixo de fogo, pois se agora são estes, amanhã outros se seguirão e se os de agora forem cilindrados, com mais facilidade cilindrarão os que se seguirem.

Os valores retributivos que apresentei no meu comentário anterior referentes a nomeados de alguns titulares de cargos públicos, “saquei-os” dum folheto da Frente Comum dos Sindicatos da Administração Pública, que também refere alguns salários da Administração Pública: Professor licenciado (1058 euros e 60 cêntimos); Enfermeiro (924 euros e 23 cêntimos); Carpinteiro e Pedreiro (450 euros e 37 cêntimos); Administrativo (631 euros e 15 cêntimos); Técnico Superior (1268 euros e 64 cêntimos); Cantoneiro de limpeza (491 euros e 60 cêntimos); Bombeiro municipal (509 euros e 34 cêntimos); Polícia municipal (631 euros e 15 cêntimos).

Esta tabela dá-nos também indicação para se perceber do que também estamos a falar quando falamos abstractamente da Administração pública.
 
Dizer directamente não dizem porque ainda não têm coragem, mas insinuam. E depois há os "spin doctor's", os assessores e as "fontes anónimas bem colocadas junto dos ministérios" que vão soprando em off informações deturpadas. E depois há o Secretário de Estado da Educação em que divulga pseudo-estudos em que as licenças de parto e os atrasos de colocação são equiparados a faltas injustificadas, etc. E há a Ministra da Educação que pensa que a vocação dos professores do Ensino Secundário, muitos dos quais com mestrados científicos, é a de "ir fazer umas graças às escolas do 1º ciclo". etc, etc.
E há a pressão sobre as autarquias para eliminarem os suplementos remuneratórios para os trabalhos insalubres e de risco, como acontece na CM do Porto, em que o IGAT pretende eliminar o suplemento de trabalho nocturno aos cantoneiros de limpeza o que representa a dimnuição de 20% do salário.


José Manuel (não sou professor, nem juíz)
 
Enviar um comentário



<< Home

This page is powered by Blogger. Isn't yours?