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2005-12-20

 

A propósito da dança das cadeiras

Nas últimas legislativas de Fevereiro, cerca de 60% dos portugueses estiveram/votaram nas diferentes esquerdas.

Hoje, essas mesmas esquerdas, no seu conjunto, segundo os dados das sondagens, encontram-se amplamente minoritárias, pois só atraem 40% dos cidadãos votantes. Estarão assim, em génese, dois tipos de troca: uma de cadeiras entre as esquerdas e outra de campo: direita vs esquerda.

Que mutação social terá desencadeado, tão rápida e facilmente, esta troca de campo? Terão sido as medidas do governo e a sua deficiente comunicação com a sociedade, no tocante à função pública, militares, forças de segurança, juízes, professores, etc ?

Mas, de um modo geral, a direita apenas questionou uma ou outra medida de forma, aliás, muito tímida, pelo que não seria lógico ser a beneficiária da contestação ao governo.

Por outro lado, são as esquerdas não PS quem tem influenciado e polarizado, de uma forma ou outra, a contestação ao governo. Donde seria lógico que, em termos sociais, se encontrassem bem posicionadas.

As sondagens não apontam por aí, mas dão -nos sim um intrincado de fenómenos por apreender. E a questão mais comezinha é: como pode a direita estar/vir a capitalizar tudo isto?


Comments:
Nada a ver, é feitio, os portugueses pelam-se por maiorias absolutas, para não terem que fazer o obséquio de votar mais do que o mínimo a que a democracia os obriga... gajo ou grupo que lhes apareça com possibilidade de subir acima de 50%, nem pensam: votam logo!... - abraço, uma que gosta pouco de senhores absolutos.
 
Penso que a questão esquerda-direita está diluída nos pensamentos de grande parte dos portugueses.
Aliás os portugueses são, neste momento, principalmente a favor da estabilidade. Foi a busca da estabilidade que fez não quererem mais Santana Lopes no poder, e Cavaco aparece como o homem mais estável e com um discurso de indefectivel de Sócrates. O pouco que tem falado, tem sido mais defensor da política do actual governo do que qualquer outro candidato.

Outra questão a pensar é que do lado do PS não apareceu nenhum candidato credível. Pior apareceram dois não credíveis e que se têm entretido a degladiar.

O resultado será óbvio, ainda que o facto de muito boa gente estar convencida que Cavaco é eleito á primeira volta pode ajudar a que não o seja, fazendo com que os indecisos e os abstencionistas não se dividam uniformemente pelas diferentes candidaturas.
 
A deslocação do voto para o centro direita deve-se essêncialmente à mà gestão económica dos governos de esquerda (independentemente das crises)
 
Estou de acordo com o comment anterior, desde que numa perspectiva ampla: "governo" do País e "governo" das lutas sociais e "desgoverno" no processo de apresentação das candidaturas.
Ana Esteves
 
Cavaco tem alguma razão quando se afirma como um candidato não partidário... É que a sua figura distante e autoritária agrada a muitos portugueses de "esquerda", sobretudo aqueles 20-30% que oscilaram do PS para o PRD daqui para o PSD de Cavaco e agora para o PS de Socrates e em Janeiro para Cavaco de novo.

Essa "esquerda volátil" muito provavelmente há-de dar a vitória a Cavaco, assim como já lhe deu uma maioria absoluta... E agora Cavaco já não tem o mesmo Soares de antes pela frente...
 
Porque as sondagens não medem um dado essencial que é o abstencionismo, nomeadamente o abstencionismo no campo da esquerda e do centro-esquerda. A tendência parece ser para um crescimento contnuo do abstencionismo neste campo político.
Por outro lado não se pode esquecer que dos 60% de votos à esquerda, há uma % significativa (talvez 10%) que foram apenas votos anti-Santana Lopes e que, uma vez este afastado, regressarão ao seu campo político habitual.

José Manuel
 
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