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2006-01-24

 

Eleições presidenciais: 95% de abstenção em França.

Há alguns dias escrevi um pequeno texto sobre a falta de publicidade (nomeadamente na web) às eleições presidênciais organizadas nos consulados.

Como sabem este é o único acto eleitoral onde os residentes no estrangeiro votam presencialmente, o facto da rede consular não ser muito densa é desde logo um obstáculo á mobilização. Se juntarmos a isto a pouca divulgação é fácil compreender os 95% de abstenção.

Deixo-vos aqui os resultados de França (sujeitos a caução):

Cavaco Silva2 19647.91%
Mário Soares97421.25%
Manuel Alegre95420.81%
Jerónimo de Sousa2756.00%
Francisco Louçã1543.36%
Garcia Pereira310.68%

Comments:
Pedro: afinal quantos votos é que teve o Jerónimo?
 
Olá:

Como indicado no quadro Jerónimo de Sousa 275 votos 6%. Em toda a França.
 
Mas em França, o Jerónimo estava em duplicado no boletim? Isso não é um bocado monárquico - haver Jerónimo I e Jerónimo II? E o delegado da candidatura de Garcia Pereira não reclamou ser saneado da lista? Enfim, de França nem bom voto nem bom casamento...
 
OK, não batam mais, a culpa é do rato e do copy/past....
 
De qualquer modo é curioso que a votação em França, num local distante da realidade lusa e com população que vive fora do país à tanto tempo exista uma proximidade tão grande aos resultados nacionais...

Por outro lado, a fraquissima adesão coloca a questão: aos emigrantes t~em direito de voto para as presidenciais, mas será que o querem exercer? 95% acha que não...
 
Meu caro Rui Martins
Sobre a semlhança entre os resultados nacionais e em França a razão é simples, os partidos também são activos por aqui e são em grande parte eles que determinam o sentido de voto dos 5%. Será interessante comparar os resultados com os de outras latitudes: Brasil, África do Sul, etc. tradicionalmente mais à direita.

Sobre os 95% as explicações são muitas e complexas: os problemas logísticos já citados (quantas pessoas estão dispostas a percorrer várias centenas de km para votar numa eleição?), o relativo afastamento em relação à realidade portuguesa, a sensação de abandono (posso citar as questões da reforma dos militares e o ensino do Português de que todos os governos procuram desfazer-se para poupar uns trocos). Mais caricatamente poderia citar a pobreza da RTPi ou o facto de a maioria das associações se preocuparem com futebol, ranchos foclóricos e banquetes :).
 
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