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2006-01-13

 

Presidenciais





No conjunto das sondagens Cavaco vem baixando paulatinamente ao longo da pré-campanha e da campanha mas mantendo ainda (ainda!) uma larga folga para ser eleito à primeira volta.
Mário Soares e Manuel Alegre assim como Jerónimo de Sousa e Francisco Louçã têm vindo a subir e a descer e a trocar de posição numa dança de resultados incertos.
Que razões para estes resultados? As minhas razões!
Cavaco prepara meticulosamente a campanha há anos e há anos que habilidosamente tem vindo a dizer sem dizer que é candidato. Enquanto que Soares e Alegre aparecem tarde e em conflito dividindo o PS.
Mais importante do que isto é a conjuntura política. O país está numa situação depressiva, económica e psicológica há demasiado tempo. O Governo de Sócrates é em minha opinião o melhor governo possível nestas condições. Suficientemente enérgico para tomar medidas de contenção financeira, com aposta no desenvolvimento sustentável (está por ver ainda) e de reforma da administração pública (que só começou) inadiável fazendo sangue mas o menos sangue possível. Não é em abstracto o melhor governo possível. É na situação em que o país estás com os partidos e os portugueses que existem, a alternativa mais benigna do ponto de vista social.
Apesar de ser esta a realidade, os funcionários do Estado por terem sido atingidos estarão em grande parte contra o governo (contra os interesses da maioria do país!).
Cavaco apresenta-se como o futuro presidente que vai ajudar a resolver a situação. Que vai ajudar a resolver a crise.
O seu núcleo duro de apoio tem como objectivo central usá-lo como alavanca para a mudança de governo antes do fim da legislatura se possível. Os funcionários públicos descontentes com o Governo esperam (equivocadamente) que um governo do PSD, lhes reponha as benesses. Talvez sim aos que ganham acima dos 5 mil euros. Uma tal maioria na AR, no Governo e na PR reformaria a AP sem as cautelas sociais do governo de Sócrates.
O bom povo aflito quer um salvador. Mesmo que seja um pequeno salvador. Ora Cavaco já mostrou ser um governante competente ainda que muito eleitor esteja esquecido que o foi apenas para os grandes interesses. E dá outras garantias! Não é político. E isso é muitíssimo importante, não é político! Logo é também um homem sério ou melhor os outros são uns aldrabões.
O bom povo não conhece bem a Constituição e os perigos de conflito e desestabilização política e em consequência desestabilização social e económica.
Os outros candidatos não prometem resolver a crise parece até que não servirão para nada. É a Constituição? Que a Constituição se lixe.
Cavaco promete e tem aspecto de quem vai resolver.

A surpreendente performance de Alegre resulta de socialistas descontentes com a política do Governo, da sua vitimizaçãpo relativamente à escolha do candidato pelo PS e da atitude de Alegre que não podendo ter o desejado apoio do aparelho do PS passou a ser um paladino da luta contra os aparelhos partidários. De cujo aparelho, com toda a legitimidade aliás, ele foi toda a vida um lídimo representante e usufrutuário.
Mas ser contra os aparelhos é uma coisa que está a dar. Por má compreensão do que são os aparelhos. Mas o coração e a emoção falam mais alto. E dão votos.

Na minha terra, terra de vinho e de vinhas diz-se que até ao lavar dos cestos é vindima. Por tanto aguardemos.

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