2006-02-22
O Capital em arrumação na Europa
A E-ON alemã lança OPA concorrente sobre a Endesa espanhola.
Trata-se de uma "senhora" OPA. Primeiro, um aumento de preço por acção de 29% face à OPA inicial da Gás Natural de Espanha, não é muito normal. Parece haver vontade de se sair bem da operação. E já agora aproveito para corrigir a terminologia que usei a respeito da PT. Chamei "contra OPA" ao aparecimento de uma hipotética alternativa à SONAE por exemplo de outro grupo português, o que é incorrecto. Deve dizer-se OPA concorrente, como é o caso desta.
Mas para além do preço por acção que é elevadíssimo, esta OPA vem criar sérios embaraços ao governo espanhol que não estava para aí virado, pois queria uma empresa de "matriz espanhola" no capital resultante da OPA. Segundo, a dimensão do investimento é de facto muito alta - 29,1 mil milhões de Euros, a maior operação de sempre na Europa e o resultado que daí resultar (se for bem sucedida) é não menos significativo. Cria-se o maior grupo mundial do sector.
O Capital europeu que parecia estar adormecido, o "sono europeu", onde nada parecia bulir começa a espernear. Será apenas um reflexo da globalização ou a sobrevivência oblige?
Comments:
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Por razões profissionais, esta é uma questão que me interessa sobremaneira. Por estar envolvido, indirectamente, nos negócios da Endesa em Portugal.
Com a entrada oficial do MIBEL, finalmente, poderemos ter concorrência a sério em Portugal no que ao mercado da energia diz respeito, mas isso só será possível se o Estado abdicar do controlo da Edp e deixar os privados tomar conta do negócio. Complicado? Muito.
Com a entrada oficial do MIBEL, finalmente, poderemos ter concorrência a sério em Portugal no que ao mercado da energia diz respeito, mas isso só será possível se o Estado abdicar do controlo da Edp e deixar os privados tomar conta do negócio. Complicado? Muito.
Bart simpson sobre este tema como sabe melhor do que eu começam a aparecer muitas análises na imprensa nacional e europeia. Ainda hoje o DN traz por exemplo a opinião de NRS e ontem a imprensa económica trazia a opinião do futuro homemforte da EDP. Tente fazer o link hoje para o DN mas não tive sucesso.
"concorrência a sério em Portugal no que ao mercado da energia diz respeito [...] só será possível se o Estado abdicar do controlo da Edp e deixar os privados tomar conta do negócio"
Muito bem. Aplausos.
Concorrência a sério, sim!!! Controlo pelo Estado, não!!!
Luís Lavoura
Muito bem. Aplausos.
Concorrência a sério, sim!!! Controlo pelo Estado, não!!!
Luís Lavoura
Luis Lavoura, permita-me pôr algumas reservas ao que afirma. O que quero como consumidor/cliente é um bom produto ao menor preço.
Em Portugal nos sectores ditos "monopólios naturais" tipo PT, EDP, etc, temos tido azar. Temos mau produto ou mau serviço e preços exorbitantes em termos comparativos.
Mas em sectores abertos tipo móvel há concorrência, há capital privado, mas você defronta-se com o mesmo problema.
Donde a questão é no meu entender mais funda.
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Em Portugal nos sectores ditos "monopólios naturais" tipo PT, EDP, etc, temos tido azar. Temos mau produto ou mau serviço e preços exorbitantes em termos comparativos.
Mas em sectores abertos tipo móvel há concorrência, há capital privado, mas você defronta-se com o mesmo problema.
Donde a questão é no meu entender mais funda.
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