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2006-02-19

 

É o início do fim do Serviço Nacional de Saúde?

Percebo que o ministro da Saúde tenha um problema. Os custos crescentes e de difícil controlo com a saúde dos Portugueses. Mas não apoio a ideia aparentemente justa de fazer pagar a saúde , criando três escalões, 100, 75 e 50% de comparticipação nos custos, de acordo com os rendimentos.
Por um lado continua a não ser fiável a determinação dos escalões de rendimentos. Por outro os altos rendimentos há muito que dispensaram o nosso SNS de baixa qualidade. E o que acontecerá aos baixos rendimentos é que deixarão de a poder pagar. O grau de saúde da população e de quem trabalha baixará e com ele diminuirá também a produtividade e a economia.
Nenhuma medida mais gravosa para quem já vive mal será compreendida enquanto houver situações como a de um governador do Banco de Portugal que ganha ao fim de 5 anos, de um ano ou de um dia como governador, o direito a uma pensão vitalícia de 8.000 euros por mês, acumulável com quaiquer outras pensões ou ordenados (excepto com o de ministro) tenha a idade que tiver.
Ou situações como a de alguns meninos família que na gerência Barroso/Santana Lopes entraram para Galp adquirindo no primeiro dia de contrato 17 anos de antiguidade na casa, para efeitos de pensão ou indemnizações. Ou quando as taxas de IRS não chegarem pelo menos aos 57% da Suécia para os altíssimos rendimentos.
Poder-se-á dizer que essas poupanças não resolvem o problema. E que este se resolve é na batalha pela produtividade e a economia. Mas mais sacrifícios?... primeiro para quem se pode dar ao luxo de os ter.

Comments:
Devia o ministro informar-se com os exemplos de outros países.
- Nos USA a competitividade das empresas sofre com a ausência de serviço nacional de saúde, meditem no exemplo da GM a propósito da qual disse um economista "uma empresa de seguros de saúde e reformas que produz uns automóveis para pagar as despesas".
- Por aqui (França) onde ainda vamos tendo um bom sistema de saúde público os inquéritos mostram que se a saude das pessoas é em geral estatisticamente boa (por exemplo maior espernça de vida para mulheres do mundo), já no que diz respeito a dentista (onde a segurança social comparticipa menos de 15% das despesas efectivas) há uma enorme disparidade social.

Mas a grande questão para mim é: o governo é suposto ser socialista (mais exactamente social-democrata) com medidas destas não me admira nada o descontentamento com a política ou a adesão de um número importante de pessoas a discursos que sem darem soluções viáveis criticam exactamante este tipo de medidas.
 
Essa, a concretizar-se, seria uma das piores medidas do actual Governo. (Piores só mesmo o aumento do IVA e a OTA)
 
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