2006-03-02
Abençoados trabalhadores
Lucro do BCP em 2005: 753,5 milhões de euros (M€).
Distribuição sob a forma de prémio, de acordo com o desempenho, aos 11.510 trabalhadores: 4,43% dos lucros - 33,36 M€ (Se se tratasse de uma distribuição igual daria cerca de 2.900€/trabalhador/ano)
Distribuição sob a forma de prémio aos 9 administradores 4,16% dos lucros - 31,34 M€.
A remuneração fixa dos 2 vice-presidentes varia entre 60 e 85% do vencimento do presidente e as dos restantes administradores entre 40 e 60%. Fazendo contas, considerando valores médios, arredondando os tostões e não contando aí com um acréscimo de uns 15%, em benesses várias que terão artes de descobrir, as remunerações fixas e prémio destes abençoados trabalhadores, foram em 2005 aproximadamente as seguintes, em euros:
Administração | Remun. fixa | Remun. variável | Remun. Total |
---|---|---|---|
Presidente | 990.000 | 4.820.000 | 5.820.000 |
Vice-presidentes | 692.000 | 3.370.000 | 4.062.000 |
Vogais | 495.000 | 2.407.000 | 2.902.000 |
Por mês (14m/ano) | Remun. Euros | Remuner. contos |
---|---|---|
Presidente | 415.000 | 83.000 |
Vice-presidentes | 290.000 | 58.000 |
Vogais | 207.000 | 42.000 |
(Fonte suplemento "Economia" do DN de 2006-03-01)
Tendo em conta o salário mínimo de 373,64 euros em 2005, os 500 mil desempregados e o estado de pobreza que atinge grande parte da população podemos ter uma ideia do fosso que separa uns de outros portugueses.
Isto revela também como o Estado está longe de tratar a banca como trata o Zé Povinho no que respeita a impostos.
Se abençoados como estes tivessem, como sucede na Suécia, taxas de IRS de 57% em vez das de 40% (só em 2006 é que chegarão aos 42%) e supondo que o director geral dos impostos encontrava no país uns 1.000 senhores como estes, o que não é difícil, o aumento de impostos arrecadados dava uma boa ajudinha à sustentação da Segurança Social.
Comments:
<< Home
Resta saber se, com taxas de IRS de 57%, estes senhores não exibiriam uma muito maior camuflagem dos seus rendimentos. Ou seja, se os seus rendimentos não estariam muito mais canalizados para locais não-taxáveis.
Em matéria de desigualdade social, o que importa não é a existência de 9 pessoas (ou de 90, ou de 900) com rendimentos extremamente elevados, porque esses casos podem ser considerados excecionais. O que interessa são índices mais globais, como seja a comparação entre os rendimentos dos 20% mais ricos e dos 20% mais pobres da sociedade.
Luís Lavoura
Em matéria de desigualdade social, o que importa não é a existência de 9 pessoas (ou de 90, ou de 900) com rendimentos extremamente elevados, porque esses casos podem ser considerados excecionais. O que interessa são índices mais globais, como seja a comparação entre os rendimentos dos 20% mais ricos e dos 20% mais pobres da sociedade.
Luís Lavoura
Portugal é um dos países da Europa onde o fosso entre classes de rendimentos é mais alta. E onde os gestores são também mais bem pagos. É incompreensível e revela bem o nosso 3º mundismo.
Luís Lavoura
De facto com taxas mais altas a fuga será tendencialmente maior. Mas nos países nórdicos elas funcionam e cá seria de experimentar se houvesse coragem e vontade.
Claro que que tem razão quanto ao peso de 9 mecos na comunidade mas o caso indicia (o que se crê ser a realidade) é que os 20% mais ricos devem ser MAIS ricos que os outros 80%.
De facto com taxas mais altas a fuga será tendencialmente maior. Mas nos países nórdicos elas funcionam e cá seria de experimentar se houvesse coragem e vontade.
Claro que que tem razão quanto ao peso de 9 mecos na comunidade mas o caso indicia (o que se crê ser a realidade) é que os 20% mais ricos devem ser MAIS ricos que os outros 80%.
Se fossem do PCP davam uma fatia considerável do ordenado ao partido, como os deputados, por exemplo. Como são da Opus Dei rezam muito cá em baixo e vão interceder por nós lá em cima. rsrsrsrs
Há os que dão e há os que recebem: para todos os eleitos do PCP a regra é continuarem a receber o que receberiam se se mantivessem nos seus empregos, isto é, que ninguém deve ser beneficiado ou prejudicado por desempenhar um cargo público.
Enviar um comentário
<< Home