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2006-03-21

 

"A desumanização da medicina"

Com aquele título Isabel do Carmo publicou ontem (Público 2006-03-20) um artigo muito interessante para o qual infelizmente só há link para assinantes. Uns extractos:

"...Quanto mais se avança na compreensão da psicossomática como entendimento do funcionamento do corpo humano e das suas patologias, mais se avança também na robotização da Medicina e na mecanização de diagnósticos, terapêuticas e estruturas institucionais. De tal modo que aquilo que poderia ser um progresso pela aplicação da técnica pode transformar-se num retrocesso de consequências irreparáveis."...

"Por este motivo, a relação médico-doente é tão importante. Ao colher a história clínica, ao ouvir as queixas, o médico não está só a inventariar dados para o diagnóstico. Está a ouvir ... E ter alguém que o oiça talvez seja a primeira terapêutica para o doente, independentemente do alívio físico do sintoma. Por isso há investigadores que chamam a isto a "médico terapêutica". ...

"É bom que haja critérios de diagnóstico, protocolos, orientações terapêuticas pré-estabelecidas. Mas... não chega. Estes avanços coincidem e não por acaso, com grande elevação dos custos na Saúde. Os custos da Saúde acabam todos nas farmácias, na indústria e nos bancos."

"A tendência é para a parafrenália técnica ir dominando e o doente é "visto" o mais rapidamente possível.Veio dos EUA a moda de contabilizar oficialmente o tempo máximo (15 minutos, 18 minutos) e estendeu-se à Europa.

"O doente não pode ser dispensado porque afinal é o objecto de toda esta cadeia de montagem, mas convenhamos que tem que ser reduzido a abrir pouco a boca. A existir, mas calado e sem ouvir explicações."


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