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2006-03-19

 

O ESTADO DO MUNDO

350 mil franceses (segundo os organizadores) manifestaram-se ontem em Paris, e um milhão e meio por toda a França contra a reforma laboral. No centro do confronto o CPE. O contrato do primeiro emprego, pelo qual o Governo quer dar às empresas carta branca para despedir, sem justa causa, os jovens com menos de 26 anos.
Se o primeiro ministro Villepin não ceder na mesa das negociações aos sindicatos estes ameaçam prosseguir a "negociação" na próxima 5ª feira com uma greve geral.



Um problema de comunicação

O Governo francês diz que o Contrato do Primeiro Emprego é para aumentar o emprego. Os estudantes, os jovens franceses em geral, talvez por não lerem a portuguesa e conceituada revista Atlântico e ignorarem a produção teórica do Compromisso Portugal não estão a perceber que para aumentar o emprego o Governo francês queira fazer uma lei para facilitar o desemprego.



Os números da Polícia

Nas manifs de França, segundo as gazetas, os organizadores falaram em 1 milhão e 500 mil manifestantes, os jornalistas franceses em 1 milhão, os jornalistas ingleses (!) estimaram em 1 milhão e 200 mil. Mas a Polícia estimou apenas em meio milhão. Será por o seu patrão ser Nicolas Sarkozy? Só em parte, porque cá, apesar de António Costa não ser nenhum Sarkozy a Polícia também poupa nos números. Excepto nas manifs da PSP.



Mário Mesquita

propõe hoje na sua habitual e a sempre excelente crónica do Público de Domingo, a figura de regente para dignificar o papel de políticos como Marques Mendes e o actual presidente do CDS, Ribeiro e Castro, que têm a ingrata mas indispensável tarefa de aguentarem os partidos enquanto estão na oposição e os verdadeiros presumidos chefes não estão para os aturar.

A ideia tem piada. Mas a coisa assim como está também tem as suas virtualidades. Enquanto os auto-presumidos líderes, os Marcelos, os Borges, os Portas esperam descansados pelo momento oportuno para dar o salto oportunista, a POLÍTICA alheia a cálculos, prega-lhes a partida e premeia os que de outro modo não passariam de regentes.

Veja-se o caso de Marcelo Rebelo de Sousa que enfastiado, entregou o PSD ao Durão Barroso a pensar no interregno de águas paradas de Guterres e depois, de repente, zás... eleições e não lhe deu tempo a correr com Durão e a voltar ao palco. E até serviu para dar o Governo a Sócrates. Com o sacrifício aos deuses, pelo meio, do infeliz e imolado Pedro Santana Lopes.



Aquilo na BIELORUSSIA

continua impassívelmente "soviético". Pelo menos as sondagens dão 85% ao camarada Lukachenco e não me admirava nada que ainda acabe eleito com 90% dos votos. Depois admiram-se das revoluções "laranja" como na Ucrânia e outras repúblicas ex-soviéticas. Mesmo que com financiamento do tio Sam.



A propósito de "carniceiros"

até estou de acordo. Que assim se diga desse, como do de Bagdad e etc. O que intriga é só se considerarem carniceiros os que prejudicam os "nossos" negócios. E de nunca serem carniceiros alguns que, por exemplo em Washington ou Londres, para acautelar os seus negócios fazem ainda maior carnificina.


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