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2006-03-24

 

Reflexões após uma semana de trabalho

Desde há alguns dias que aderi à moda do MP3, agora quando venho trabalhar não fico atrás dos outros e lá vou ouvindo uma musiquinha. Já experimentei vários estilos e concluo que a música clássica não serve para todos os contextos, no metro não dá, a pé é melhor nas ruas com pouco movimento, questão de nuances...
Interessante é a mudança na maneira como a música muda a visão que temos da paisagem urbana. Hoje saí para o Quartier Latin ao som de Mahler com um céu cinzento e até as pessoas na rua parecem mais preocupadas. Experimentei também Andy Warhol e Velvet Underground no enorme nó ferroviário subterrâneo dos Halles, e a azáfama dos passantes ao som de "RUN RUN RUN" parece um filme.
Comments:
Eu ouço música na rua à bastante tempo.
Nos últimos dois anos, quando passei a ter um PDA começei a criar as minhas playlists organizadas consoante: o estado de espirito, o meio de transporte, o tipo de dia que previa ir acontecer ou - ao fim do dia - o que tinha acontecido.
Quando o meu Pai morreu compilei uma lista de músicas que ainda mantenho. Por vezes ouço-as e as emoções da altura voltam como que por magia.
Quando, na minha profissão fico de tal forma entusiasmado com uma ideia que não consigo deixar de pensar nela coloco hard-rock, daquele mais barulhento no máximo.
Quando me quero organizar uso música clássica.
Sempre que estou triste ouço poesia portuguesa cantada ou dita.
Nesta altura é talvez quando mais música ouço....e gosto.
 
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