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2006-04-28

 

Portugal o mais eficaz da UE a enriquecer os mais ricos!

A manchete do DN de ontem era Portugal é o menos eficaz da UE a combater a pobreza. Eficaz? Que quer isto dizer? Quer dizer que este ou outros governos anteriores quiseram atingir tal objectivo mas não conseguiram devido à... ineficácia! No entanto para atingir o mais elevado grau de enriquecimento relativo dos 20% dos portugueses mais ricos já temos a maior eficácia de todos os países da UE! Como aliás o DN - Economia bem documenta.
Ora na realidade nos últimos 30 anos não houve nunca qualquer política séria, para lá duns paliativos cristãos no tempo de Guterres ou de um esgravatar à superfície no actual governo de Sócrates, para atingir tal desiderato.
O título mais engana do que esclarece.
Não afirmo que a intenção fosse essa mas a pressão invisível de quem manda no emprego e na carreira dos jornalistas é tal que insensívelmente eles se autocensuram. Receiam usar as palavras próprias e assim muitos não deixarão de se sentir violentados profissional e civicamente.

Comments:
A eficácia a combater a pobreza é parente da eficácia a combater a fuga ao fisco, a economia paralela, os salários pagos "por fora" ...
Há medidas que nem se podem chamar de "tapar o sol com a peneira".
Revoltante mesmo, a questão de espremer sempre os limões miúdos.
Em matéria de economia, há vacas sagradas em que nunca se toca.
E o povo percebe, mesmo sem saber, cientificamente, das coisas.
A auto-censura dos jornalistas fica para outro dia, peço desculpa, já me alonguei excessivamente.
 
Estamos mal, muito mal.
E todos temos culpa: governo, deputados, políticos em geral, a máquina do estado e nós próprios.
Portugal é ingovernável. Já os Romanos o disseram: "Os portugueses são um povo que não se governa nem se deixa governar".
Abraço.
 
Não estarei muito de acordo com o dito dos romanos. Os portugueses não gostam que lhes "ditem ordens". Gostam de as perceber. E mesmo quando ditadas, se entenderem o porquê, lá vão cumprindo.O mal está aqui: ditam -se "ordens" que não se entendem. Donde no saber governar é que está o busílis.
 
eis explicado o ditado que diz que a crise não caie sobre todos da igual forma... especialmente num país onde as engenharias fiscais dos ricos são tão comuns e onde a incapacidade do Estado (limites do PEC e crise) é crescente...

não havendo redistribuição, nem cobrança eficaz, o fosso alarga-se, sempre à custa da classe média, que se erode e se torna cada vez menos "média" e mais pobre...
 
Sérvio Sulpício Galba dizia que o povo da Lusitânia era um povo ingovernável e teria tido certamente boas razões para o ter dito.
De facto, passados mais de 2000 anos não mudámos muito:
- A maioria andou a viver muito acima das posses sem ponderar consequências futuras.
- Andámos a condescender com a megalomania e com o consumismo desenfreado como emblema de um status incompatível com a capacidade produtiva de Portugal.
- Habituámo-nos a uma espécie de "prostituição" cedendo a interesses alheios as nossas capacidades de auto-suatentabilidade a troco de dinheiro que aqueles nos davam.
- Pedimos dinheiro emprestado e depois dizemos que não queremos cumprir as regras acordadas antes com os nossos credores.
- Votamos sempre nas mesmas figuras políticas que se revezam no poder e de seguida falamos mal deles e posterirmente voltamos a pô-los no poder.
- Dizemos que vivemos numa democracia e nem conhecemos que ela deriva das palavras gregas "Demos" e "Kratos" ( Povo e Poder ), e estanhamente contradizemo-nos falando que os políticos desta nossa democracia estão contra o povo.
- O funcionalismo público todos sabemos que é muito previlegiado e só faz o que lhe apetece comparativamente ao restante que paga para que os primeiros existam.
- A justiça (será que merece este designativo?) vive dento de bolhas impermeáveis à vontade e ao interesse do povo, como se fossem semi-deuses. Veja-se quanto ganha um magistrado em fim de carreira. quantos anos precisa um juíz do tribunal constitucional para se aposentar, e quanto estes vão descontar nestes momentos de aflição económica que estamos a atravessar.

- Condescendemos simpáticamente que se pague 1 milhao de euros mensais a um jogador de futebol, e criticamos severamente um esfomeado que roube um pão num supermercado

Então: NÃO É VERDADE QUE CONTINUAMOS E IREMOS CONTINUAR A SUSTENTAR ESTAS SITUAÇÕES SEM FAZERMOS NADA POR NÓS PRÓPRIOS NEM DELEGARMOS AS QUEM DE FACTO NOS SAIBA GOVERNAR?

Sérvio Sulpício Galba, profetizou bem!!!
Zeca Afonso, com os vampiros a sugar o sangue da manada pachorrenta, só complementou o retrato!
 
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