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2006-05-11

 

História e Justiça de mãos dadas e … muitíiiiissimo atrasadas !.
Uma visão de Paris

O post precedente de MC deu-me vontade de vos deixar a minha visão parisiense desta comemoração. Por um lado acho bem: é uma iniciativa de uma deputada da Guiana descendente de escravos e aparece numa altura interessante. Por outro lado fico chocado com a forma como muita gente vê esta abolição: comemora-se a figura de Victor Schoelcher (um politico humanista alsaciano que militou pela lei de abolição) mas esquece-se Toussaint Louverture o chefe dos escravos de Haiti que se bateu contra as tropas de Napoleão. Dá-se a ideia que foram os europeus brancos que deram a liberdade aos escravos em virtude dos grandes principios humanistas. A luta dos escravos é completamente ignorada.

O contexto actual é também importante: actualmente assiste-se a uma tentativa de minimizar a colonização e a escravatura: primeiro foi uma lei aprovada pelo parlamento (felizmente já revogada) que obrigava os professores a ensinarem «o papel positivo da colonização», numa altura em que nos meios de comunicação vários intelectuais procuram justificar a escravatura dizendo que ela já existia em África antes da chegada dos europeus, ou que um filósofo como Alain Finkielkraut afirmou no jornal Haaretz que «On dit que l’équipe de France est adorée par tous parce qu’elle est "black-blanc-beur". En réalité, aujourd’hui, elle est black-black-black, ce qui fait ricaner toute l’Europe.» (uma tradução francesa pode ser lida aqui).
O que em portugês significa: «Diz-se que a selecção de França é adorada por toda a gente pois é "black-blanc-beur" (referência às três cores da bandeira francesa: bleu-blanc-rouge e às diferentes origens dos jogadores: pretos, brancos e magrebinos). Na realidade, hoje, ela é preto-preto-preto o que faz rir toda a europa.»
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