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2006-05-25

 

Sobre a economia deste País...

Umas quantas notas .... até porque os relatórios das instituições internacionais não nos enchem de grande regozijo. O INE, contudo, lá terá dislumbrado uns tantos raiozitos de luz que espero não se apaguem, sobretudo se a Europa entrar em retoma, mesmo branda.

Costumo de vez em quando dizer, ou até escrever, que Portugal tem cada vez menos bens e serviços para exportar (entenda-se em termos concorrenciais Preço/qualidade) e, daí, a baixa de taxa real média de quota de mercado que o Banco de Portugal estima na ordem dos 0,7% desde o ano de 2000. Por outro lado, os produtos e serviços oriundos de outros países estão cada vez mais presentes na nossa economia. Ou seja, o aperto chega de todos os lados.

Esta situação é objectiva. Não se trata de uma posição pessimista, mas bem realista e como tal tem de ser encarada. É o resultado de anos e anos de contradições e de políticas públicas erradas ou de falta delas a que deve adicionar-se a falta de empresários com visão estratégica.

Temos de partir do que há e transfomar. Continuar com "as políticas das últimas décadas" é perpetuar a actual estruturação da cadeia de valor que, em si, contém pouca margem de manobra para a competitividade, ou seja, fracas potencialidades de oferecer bens e serviços competitivos.

Como romper?
Vou citar o que escrevi há bem pouco numa revista económica.

Conjugar " a cadeia de valor nos seus aspectos material e imaterial através da articulação das empresas em rede e de uma aposta forte na clusterização das actividades é o bom caminho, talvez ainda longo, para uma economia mais competitiva e de maior valor acrescentado.

Esta estratégia exige rupturas. Primeiro em termos de pensamento e depois na acção. Um modelo diferente sobretudo de mentalidade.

É bem visível que, no tocante às políticas públicas, não têm sido preconizadas estratégias coerentes de rupturas. Têm mudado os nomes e os programas, mas não se geraram vontades de mudança e novas mentalidades. As oportunidades surgem mas passam ao lado.

Em Portugal tem faltado garra e ambição. Uma nova agenda para a competitividade, como agora está na moda dizer, requer um olhar sobre a economia como algo a “refundar”, ou seja, novas maneiras de conceber, financiar, produzir, distribuir, de associar e captar inovações técnicas, novos produtos e serviços com novas formas de gestão, novos tipos de organização social: a nível empresarial, sindical e de cidadania.

Não tem sido por falta de investimento que estamos a perder competitividade (Portugal tem uma das taxas mais elevadas da UE), mas pela qualidade desse investimento e ausência de definição de uma ideia para o País. Sem se saber o que se quer de Portugal, na Europa e no Mundo, não é possível dar passos largos e seguros".



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